Perguntas sobre a Apologética Cristã

   

O que é a apostasia e como posso reconhecê-la?

A apostasia, da palavra grega apostasia, significa "um desafio de um sistema estabelecido ou autoridade; uma rebelião; um abandono ou falta de fé." No mundo do primeiro século, a apostasia era um termo técnico para a revolta política ou deserção. E, assim como no primeiro século, a apostasia ameaça o Corpo de Cristo hoje.

A Bíblia adverte sobre pessoas como Ário (c. 250-336 AD), um sacerdote cristão de Alexandria, Egito, que foi treinado em Antioquia no início do quarto século. Em aproximadamente 318 DC, Ário acusou o bispo Alexandre de Alexandria de adotar o Sabelianismo, um falso ensino que afirmava que o Pai, o Filho e o Espírito Santo eram apenas diferentes papéis ou modos assumidos por Deus em vários momentos. Ário estava determinado a enfatizar a unidade de Deus. No entanto, ele foi longe demais em seu ensinamento da natureza de Deus. Ário negou a Trindade e introduziu o que aparentava ser, sobre a superfície, uma diferença insignificante entre o Pai e o Filho.

Ário afirmou que Jesus não era homoousios (da mesma essência) como o Pai, mas sim homoiousios (de essência semelhante). Apenas uma letra grega - o iota (i) - separava os dois. Ário descreveu a sua posição desta forma: "O Pai existia antes do Filho. Houve um tempo em que o Filho não existia. Portanto, o Filho foi criado pelo pai. Portanto, embora o Filho tenha sido a maior de todas as criaturas, ele não era da essência de Deus."

Ário era muito inteligente e fez o seu melhor para atrair as pessoas ao seu lado. Chegou ao ponto de compor pequenas canções que ensinavam a sua teologia, as quais ele tentou ensinar a todos que quisessem ouvir. Sua natureza cativante e posição reverenciada como um pregador, assim como viver em negação de si mesmo, também contribuíram para a sua causa.

Com relação à apostasia, é fundamental que todos os cristãos compreendam duas coisas importantes: (1) como reconhecer a apostasia e professores apóstatas, e (2) por que o ensino apóstata é tão mortal.

As Formas de Apostasia
A fim de plenamente identificar e combater a apostasia, é importante que os cristãos compreendam as suas várias formas e os traços que caracterizam suas doutrinas e professores. Quanto às formas de apostasia, há dois tipos principais: (1) um afastamento das doutrinas fundamentais e verdadeiras da Bíblia em direção a doutrinas heréticas que proclamam ser "a verdadeira" doutrina cristã, e (2) uma renúncia completa da fé cristã, o que resulta em um abandono completo de Cristo.

Ário representa a primeira forma de apostasia - uma negação das principais verdades cristãs (como a divindade de Cristo). Isso, por sua vez, acaba causando um abandono completo da fé – que é a segunda forma de apostasia. É importante compreender que a segunda forma quase sempre começa com a primeira. Uma crença herética torna-se um ensino herético que se propaga e cresce até poluir todos os aspectos da fé de uma pessoa e, em seguida, o objetivo final de Satanás é realizado, ou seja, um completo afastamento do Cristianismo.

Um exemplo recente deste processo é um estudo feito em 2010 pelos proeminentes ateus Daniel Dennett e Linda LaScola, chamado de "Pregadores Que São Descrentes". O trabalho de Dennett e LaScola narra cinco pregadores diferentes que ao longo do tempo aprenderam e aceitaram os ensinamentos heréticos sobre o Cristianismo e agora completamente se afastaram da fé e são ou panteístas ou ateus clandestinos. Uma das verdades mais perturbadoras destacadas no estudo é que esses pregadores mantêm a sua posição como pastores de igrejas cristãs com as suas congregações não estando cientes do verdadeiro estado espiritual do seu líder.

O livro de Judas, o qual serve como um manual para entender as características dos apóstatas como os narrados no estudo de Dennett e LaScola, nos advertiu contra os perigos da apostasia. As palavras de Judas são tão relevantes para nós hoje quanto eram quando foram escritas no primeiro século, por isso é importante ler e compreendê-las cuidadosamente.

As Características da Apostasia e dos Apóstatas
Judas era o meio-irmão de Jesus e líder da igreja primitiva. Em sua carta do Novo Testamento, ele descreve como reconhecer a apostasia e exorta os do corpo de Cristo a pelejarem pela fé (v. 3). A palavra grega traduzida como "pelejar" é um verbo composto do qual temos a palavra "agonizar." Está no tempo presente do infinitivo, o que significa uma luta contínua. Em outras palavras, Judas está nos dizendo que haverá uma luta constante contra o ensino falso e que os cristãos devem levar isso tão a sério ao ponto de "agonizarem" pela luta da qual fazem parte. Além disso, Judas deixa claro que cada cristão é chamado a esta luta, não apenas os líderes da igreja, por isso é fundamental que todos os crentes agucem as suas habilidades de discernimento para que possam reconhecer e evitar a apostasia em seu meio.

Após exortar os seus leitores a batalhar pela fé, Judas destaca a razão: "Porque se introduziram furtivamente certos homens, que já desde há muito estavam destinados para este juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de nosso Deus, e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo" (v. 4). Neste versículo, Judas oferece aos cristãos três características da apostasia e mestres apóstatas.

Primeiro, Judas diz que a apostasia pode ser sutil. Judas usa a palavra "introduzir" para descrever a entrada do apóstata na igreja. No grego extra-bíblico, o termo descreve a astúcia de um advogado que, através da argumentação inteligente, se infiltra na mente dos funcionários do tribunal e corrompe o seu pensamento. A palavra significa literalmente "cair no lado; entrar furtivamente; esgueirar-se; difícil de detectar." Em outras palavras, Judas diz que raramente a apostasia começa de uma forma aberta e facilmente detectável. Em vez disso, ela se parece muito com a pregação de Ário, na qual, de forma muito sutil, apenas uma única letra diferencia sua doutrina do verdadeiro ensinamento da fé cristã.

Descrevendo este aspecto da apostasia e seu perigo subjacente, AW Tozer escreveu: "Tão qualificado é o erro de imitar a verdade, que os dois são constantemente confundidos um com o outro. É preciso um olho afiado nos dias de hoje para saber qual irmão é Caim e qual é Abel." O apóstolo Paulo fala também do comportamento aparentemente agradável dos apóstatas e seu ensino quando diz: "Porque os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, transformando-se em apóstolos de Cristo. E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz" (2 Coríntios 11:13-14). Em outras palavras, não espere que os apóstatas tenham uma aparência perversa do lado de fora ou falem palavras dramáticas de heresia no início do seu ensino. Ao invés de diretamente negar a verdade, os apóstatas a torcem para acomodarem a sua própria agenda, mas como pastor RC Lensky observou: "As piores formas de maldade consistem nas perversões da verdade."

Segundo, Judas descreve os apóstatas como "ímpios" e como aqueles que usam a graça de Deus como uma licença para cometer atos injustos. Começando com "ímpios", Judas descreve dezoito características desfavoráveis dos apóstatas para que seus leitores possam mais facilmente identificá-los. Judas diz que os apóstatas são ímpios (v. 4), moralmente pervertidos (v. 4), negam a Cristo (v. 4), contaminam a carne (v. 8), rebeldes (v. 8), insultam os anjos (v. 8), são ignorantes sobre Deus (v. 8), proclamam visões falsas (v. 10), difamadores (v. 10), murmuradores (v. 16), descontentes (v. 16 ), propalam arrogâncias (v. 16), aduladores por motivos interesseiros (v. 16), escarnecedores de Deus (v. 18), causam divisões (v. 19), seguem o mundo (v. 19) e, finalmente (mas não surpreendentemente), são destituídos do Espírito/perdidos (v. 19).

Terceiro, Judas diz que os apóstatas "negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo." Como os apóstatas fazem isso? Paulo nos diz em sua carta a Tito: "Tudo é puro para os que são puros, mas para os corrompidos e incrédulos nada é puro; antes tanto a sua mente como a sua consciência estão contaminadas. Afirmam que conhecem a Deus, mas pelas suas obras o negam, sendo abomináveis, e desobedientes, e réprobos para toda boa obra" (Tito 1:15-16, ênfase adicionada). Através do seu comportamento injusto, os apóstatas mostram o seu verdadeiro eu. Ao contrário de um apóstata, um crente verdadeiro é alguém que foi liberto do pecado para a justiça em Cristo. Com Paulo, eles perguntam aos apóstatas que promovem o comportamento licencioso: "Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que abunde a graça? De modo nenhum. Nós, que já morremos para o pecado, como viveremos ainda nele?" (Romanos 6:1-2)

No entanto, o ensino falso dos apóstatas também mostra a sua verdadeira natureza. Pedro diz: "Mas houve também entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá falsos mestres, os quais introduzirão encobertamente heresias destruidoras, negando até o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição" (2 Pedro 2: 1). Um outro aspecto dos verdadeiros crentes é que foram salvos da escuridão à luz espiritual (Efésios 5:8) e, portanto, não negarão as verdades fundamentais da Escritura como Ário fez com a divindade de Jesus.

Em última análise, o sinal de um apóstata é que ele finalmente cai e se afasta da verdade da Palavra de Deus e Sua justiça. O apóstolo João afirma que esta é a marca de um crente falso: "Saíram dentre nós, mas não eram dos nossos; porque, se fossem dos nossos, teriam permanecido conosco; mas todos eles saíram para que se manifestasse que não são dos nossos" (1 João 2:19).

Ideias Têm Consequências
Que Deus leva a sério a apostasia e o ensino falso é evidenciado pelo fato de que cada livro do Novo Testamento, exceto Filemon, contém advertências sobre o falso ensino. Por que isso? Simplesmente porque ideias têm consequências. Pensar corretamente e o seu fruto produzem bondade, enquanto que o pensamento errado e suas correspondentes ações resultam em penalidades indesejadas. Como exemplo, os campos de morte de Camboja na década de 1970 foram o produto de uma cosmovisão niilista de Jean Paul Sartre e seu ensino. O líder do Khmer Vermelho, Pol Pot, viveu a filosofia de Sartre em relação às pessoas de uma forma clara, assustadora e articulada desta maneira: "Preservá-lo é nenhum benefício. Destruí-lo não é perda."

Vale à pena lembrar-se de que Satanás não se aproximou do primeiro casal no jardim com um armamento externo ou arma sobrenatural. Em vez disso, ele usou uma ideia. E foi essa ideia que condenou a eles e o resto da humanidade, com o único remédio sendo a morte sacrificial do Filho de Deus.

A grande tragédia é que, consciente ou inconscientemente, o mestre apóstata condena os seus seguidores desavisados. Um dos versículos mais assustadores de toda a Escritura vem dos lábios de Jesus. Falando aos seus discípulos sobre os líderes religiosos de Seus dias, Ele disse: "Deixai-os; são guias cegos; ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão no barranco" (Mateus 15:14, ênfase adicionada). Este versículo é alarmante porque Jesus afirma que não só os falsos mestres irão para a destruição, mas os discípulos que os seguem também. O filósofo cristão Soren Kierkegaard coloca desta forma: "Ainda não falhou o conceito de que um tolo, quando se perde, leva vários outros com ele."

Conclusão
Em 325 DC, o Concílio de Niceia se reuniu com o principal objetivo de tratar de Ário e seus ensinamentos. Para desgosto de Ário, o resultado final foi sua excomunhão e uma declaração no Credo Niceno que afirmava a divindade de Cristo: "Nós acreditamos em um só Deus, o Pai todo-poderoso, criador de todas as coisas visíveis e invisíveis; e em um só Senhor Jesus Cristo, o filho de Deus, o unigênito do Pai, da substância do Pai, Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus, gerado, não criado, consubstancial com o Pai".

Ário pode ter morrido séculos atrás, mas seus filhos espirituais ainda estão conosco até hoje na forma de seitas como as Testemunhas de Jeová e outros que negam a verdadeira essência e pessoa de Cristo. Infelizmente, até Cristo retornar e cada inimigo espiritual ser removido, joios como estes estarão presentes no meio do trigo (Mateus 13:24-30). Na verdade, a Escritura diz que a apostasia só vai piorar com a aproximação do retorno de Cristo. "Nesse tempo muitos hão de se escandalizar, e trair-se uns aos outros, e mutuamente se odiarão" (Mateus 24:10). Paulo ecoa Jesus em seus escritos inspirados também. O apóstolo disse aos tessalonicenses que uma grande apostasia precederia a segunda vinda de Cristo (2 Tessalonicenses 2:3) e que o fim dos tempos seria caracterizado por tribulação e charlatões religiosos vazios: "Sabe, porém, isto, que nos últimos dias sobrevirão tempos penosos; pois os homens... tendo aparência de piedade, mas negando-lhe o poder. Afasta-te também desses" (2 Timóteo 3:1-2,5).

É fundamental, agora mais do que nunca, que cada crente ore por discernimento, combata a apostasia e batalhe pela fé que de uma vez por todas foi entregue aos santos.


O que é a apostasia e como posso reconhecê-la?    

Será que a Bíblia copia algumas de suas histórias de outros mitos religiosos e lendas?

Há muitos relatos bíblicos que têm semelhanças notáveis com contos de outras religiões, lendas e mitos. Para os fins deste artigo, vamos examinar dois dos exemplos mais proeminentes. Para uma comparação detalhada do dilúvio de Noé e o Épico de Gilgamesh, favor consultar - Será que a Bíblia copiou a narrativa do Dilúvio de outros mitos e lendas?

Primeiro, vamos considerar o relato da Queda da humanidade (Gênesis 3). Há uma lenda grega, a da Caixa de Pandora, cujos detalhes diferem de forma tão dramática do relato bíblico da Queda que talvez nunca se suspeite de um relacionamento. Entretanto, eles talvez provem o mesmo evento histórico. Ambas as narrativas descrevem como a primeira mulher desencadeou pecado, doença e sofrimento ao mundo que tinha sido, até então, um paraíso edênico. Ambos os contos terminam com o surgimento da esperança, esperança em um Redentor prometido no caso de Gênesis, e "esperança" como uma coisa tendo sido liberada da caixa no final da lenda de Pandora.

Como as lendas mundiais copiosas do dilúvio, a Caixa de Pandora demonstra como a Bíblia talvez seja às vezes semelhante a mitos pagãos simplesmente porque talvez todos se refiram a uma verdade histórica que ao longo dos anos tem se manifestado em histórias antigas (como no caso da Bíblia) e em alegorias poéticas (como no caso de Pandora, cuja história foi contada de muitas maneiras diferentes pelos gregos, mas cuja verdade principal permaneceu constante). As semelhanças não apontam a uma narrativa copiando da outra, mas ao fato de que ambas as histórias apontam para o mesmo evento histórico.

Finalmente, há casos de cópia, mas nestes casos, a Bíblia foi a fonte e não os mitos pagãos (apesar das afirmações pseudo-acadêmicas do contrário). Considere o caso do nascimento de Sargão. Diz a lenda que Sargão foi colocado em uma cesta de cana e colocado no rio por sua mãe. Ele foi resgatado por Aqqi, que então o adotou como seu próprio filho. Isso soa muito como a narrativa sobre Moisés em Êxodo 2 e Sargão viveu cerca de 800 anos antes de Moisés ter nascido. Sendo assim, a história do bebê Moisés sendo enviado pelo rio para ser resgatado e adotado deve ter sido copiada de Sargão, certo?

Isso parece razoável, mas o que se sabe de Sargão vem quase inteiramente de lendas escritas muitas centenas de anos após a sua morte. Há muito poucos registros contemporâneos da vida de Sargão. A lenda da infância de Sargão, como ele foi colocado em uma cesta e enviado por um rio, vem de duas tabuletas cuneiformes do 7 º século AC (da biblioteca do rei assírio Assurbanipal, que reinou 668-627 AC), escritas centenas de anos após o livro de Êxodo. Se alguém quiser argumentar que uma narrativa copiou de outra, teria que ser o contrário: a lenda de Sargão parece ter copiado do Êxodo de Moisés.

A Bíblia é clara quanto à sua autoria. Embora muitos homens diferentes tenham escrito, o Espírito Santo de Deus é o verdadeiro autor. Segundo Timóteo 3:16-17 nos diz que a Escritura é inspirada por Deus, o que significa que é literalmente "soprada por Deus". Ele escreveu, preservou ao longo dos séculos, vive dentro de suas próprias páginas e o Seu poder se manifesta em nossas vidas.


Será que a Bíblia copia algumas de suas histórias de outros mitos religiosos e lendas?    

O que a Bíblia diz sobre o sofrimento?

De todos os desafios jogados ao Cristianismo em tempos modernos, talvez o mais difícil seja explicar o problema do sofrimento. Como pode um Deus amoroso permitir que o sofrimento continue no mundo que Ele criou? Para aqueles que têm passado por grande sofrimento, isto é muito mais do que uma questão filosófica, mas uma questão profunda, pessoal e emocional. Como é que a Bíblia trata desta questão? A Bíblia nos dá alguns exemplos de sofrimento e alguns indicadores sobre a forma de lidar com isso?

A Bíblia é assustadoramente realista quando se dirige ao problema do sofrimento. Por um lado, a Bíblia dedica um livro inteiro a como lidar com o problema. Este livro se trata de um homem chamado Jó e começa com uma cena no céu que fornece ao leitor um pano de fundo ao seu sofrimento. Jó sofre porque Deus debateu com Satanás, mas até onde sabemos, Jó e seus amigos nunca estavam cientes disso. Portanto, não é surpreendente que todos eles tenham tido tanta dificuldade para explicar o sofrimento de Jó de um ponto de vista ignorante, até que Jó finalmente descansa na fidelidade de Deus e na esperança de Sua redenção. Nem Jó nem seus amigos compreenderam naquele momento as razões para o seu sofrimento. Na verdade, quando Jó é finalmente confrontado pelo Senhor, ele fica em silêncio. A resposta silenciosa de Jó não banaliza de qualquer maneira a dor e perda tão intensas que suportou tão pacientemente. Em vez disso, ela ressalta a importância de confiar nos propósitos de Deus em meio ao sofrimento, mesmo quando não sabemos o que esses propósitos são. O sofrimento, como todas as outras experiências humanas, é dirigido pela sabedoria soberana de Deus. No final, aprendemos que talvez nunca saberemos o motivo específico para o nosso sofrimento, mas temos de confiar em nosso Deus soberano. Essa é a verdadeira resposta ao sofrimento.

Um outro exemplo de sofrimento na Bíblia é a história de José no livro de Gênesis. José foi vendido como escravo por seus próprios irmãos. No Egito, ele foi indiciado por falsas acusações e jogado na prisão. Como resultado do sofrimento e perseverança de José, com a graça e o poder de Deus, José é mais tarde promovido a governador do Egito, segundo apenas para o próprio Faraó. Ele se encontra em uma posição para fazer provisão para as nações do mundo durante um período de fome, incluindo sua própria família e os irmãos que o venderam como escravo! A mensagem desta história é resumida na resposta de José aos seus irmãos em Gênesis 50:19-21: "Não temais; acaso, estou eu em lugar de Deus? Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem, para fazer, como vedes agora, que se conserve muita gente em vida. Não temais, pois; eu vos sustentarei a vós outros e a vossos filhos. Assim, os consolou e lhes falou ao coração."

Romanos 8:28 contém algumas palavras de conforto para aqueles que passam por dificuldades e sofrimento: "Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito." Em Sua providência, Deus orquestra todos os eventos em nossas vidas - até mesmo o sofrimento, tentação e pecado - para realizarem o nosso bem tanto temporal quanto eterno.

O salmista Davi suportou muito sofrimento em seu tempo, e isso se reflete em muitos dos seus poemas coletados no livro de Salmos. No Salmo 22, ouvimos a angústia de Davi: "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Por que se acham longe de minha salvação as palavras de meu bramido? Deus meu, clamo de dia, e não me respondes; também de noite, porém não tenho sossego. Contudo, tu és santo, entronizado entre os louvores de Israel. Nossos pais confiaram em ti; confiaram, e os livraste. A ti clamaram e se livraram; confiaram em ti e não foram confundidos. Mas eu sou verme e não homem; opróbrio dos homens e desprezado do povo. Todos os que me veem zombam de mim; afrouxam os lábios e meneiam a cabeça:Confiou no SENHOR! Livre-o ele; salve-o, pois nele tem prazer."

Continua a ser um mistério para Davi por que Deus não intervém e acaba com o seu sofrimento e dor. Ele vê Deus como entronizado e Santo, o louvor de Israel. Deus vive no céu, onde tudo é bom, onde não há choro nem medo, nem fome e nem ódio. O que Deus sabe de tudo o que o ser humano suporta? Davi continua a queixar-se: "Cães me cercam; uma súcia de malfeitores me rodeia; traspassaram-me as mãos e os pés. Posso contar todos os meus ossos; eles me estão olhando e encarando em mim. Repartem entre si as minhas vestes e sobre a minha túnica deitam sortes."

Deus respondeu a Davi? Sim, muitos séculos depois, Davi recebeu a sua resposta. Cerca de um milênio depois, um descendente de Davi, Jesus, foi morto em uma colina chamada Calvário. Na cruz, Jesus suportou o sofrimento e a vergonha do seu antepassado. As mãos e pés de Cristo foram perfurados. As vestes de Cristo foram divididas entre seus inimigos. Cristo foi observado e ridicularizado. De fato, Cristo pronunciou as mesmas palavras com as quais Davi começa este salmo: "Meu Deus, meu Deus, por que me desamparaste?" - identificando-se assim com o sofrimento de Davi.

Cristo, o Filho eterno de Deus, em quem a plenitude de Deus habita, viveu na terra como um ser humano e sofreu fome, sede, tentação, vergonha, perseguição, nudez, luto, traição, zombaria, injustiça e morte. Portanto, Ele está em uma posição de cumprir o desejo de Jó: "Não há entre nós árbitro que ponha a mão sobre nós ambos. Tire ele a sua vara de cima de mim, e não me amedronte o seu terror; então, falarei sem o temer; do contrário, não estaria em mim" (Jó 9:33-35).

O teísmo cristão é, na verdade, a única cosmovisão que pode consistentemente explicar o problema do mal e do sofrimento. Os cristãos servem a um Deus que viveu na terra e sofreu trauma, tentação, luto, tortura, fome, sede, perseguição e até mesmo execução. A cruz de Cristo pode ser considerada a manifestação final da justiça de Deus. Quando perguntado o quanto Deus se preocupa com o problema do mal e do sofrimento, o cristão pode apontar para a cruz e dizer: "Tanto assim." Cristo sofreu a rejeição de Deus, dizendo: "Meu Deus, Meu Deus, por que me abandonaste?" Ele experimentou o mesmo sofrimento pelo qual muitas pessoas passam hoje, as quais se sentem isoladas do favor e amor de Deus.


O que a Bíblia diz sobre o sofrimento?    

O que a Bíblia diz sobre o capitalismo?

O dicionário define o capitalismo como "um sistema econômico caracterizado pela propriedade privada ou corporativa de bens de capital, através de investimentos que são determinados por decisão particular, e por preços, produção e distribuição de bens que são determinados principalmente pela concorrência em um livre mercado." Embora a Bíblia não mencione o capitalismo pelo nome, ela fala muito sobre questões econômicas. Por exemplo, seções inteiras do livro de Provérbios e muitas das parábolas de Jesus tratam de questões econômicas. Como tal, aprendemos qual deve ser a nossa atitude quanto à riqueza e como um cristão deve lidar com as suas finanças. A Bíblia também nos fornece uma descrição de nossa natureza humana, o que nos ajuda a avaliar o possível sucesso e fracasso de um sistema econômico na sociedade.

Porque a economia é uma área onde muito da nossa vida cotidiana acontece, devemos avaliá-la de uma perspectiva bíblica. Quando usamos a Bíblia como nossa estrutura, podemos começar a construir o modelo de um governo e uma economia que libera o potencial humano e limita o pecado humano. Em Gênesis 1:28, Deus diz que devemos subjugar a terra e ter domínio sobre ela. Um aspecto disso é que os seres humanos podem possuir propriedades para exercer o seu domínio. Já que temos tanto a vontade quanto direitos de propriedade privada, podemos supor que devemos ter a liberdade de trocar esses direitos de propriedade privada em um mercado livre onde os bens e serviços podem ser trocados.

No entanto, devido à devastação do pecado, muitas partes do mundo têm se tornado locais de decadência e escassez. Além disso, embora Deus nos tenha dado o domínio sobre a criação, devemos ser bons administradores dos recursos à nossa disposição. Historicamente, o sistema do comércio livre tem fornecido a maior quantidade de liberdade e os ganhos econômicos mais eficazes do que qualquer sistema econômico já inventado. Mesmo assim, os cristãos muitas vezes se perguntam se podem apoiar o capitalismo. Em essência, o interesse próprio é recompensado em um sistema capitalista livre. No entanto, até mesmo o evangelho apela ao nosso interesse próprio porque é para o nosso próprio bem aceitar Jesus Cristo como nosso salvador para que o nosso destino eterno seja garantido.

De uma perspectiva cristã, a base da propriedade privada repousa em sermos criados à imagem de Deus. Podemos fazer escolhas sobre propriedades que podemos trocar em um sistema de mercado. No entanto, às vezes o desejo por propriedade privada cresce do nosso pecado. Correspondentemente, a nossa natureza pecaminosa também produz negligência, preguiça e ociosidade. O fato é que a justiça econômica só pode ser alcançada da melhor forma se cada pessoa for responsável por sua própria produtividade.

Historicamente, o capitalismo tem uma série de vantagens. Tem o potencial econômico liberado. Ele também fornece a base para uma grande liberdade política e econômica. Quando o governo não está controlando os mercados, então há liberdade econômica para se envolver em uma série de atividades empresariais. O capitalismo também tem levado à grande liberdade política porque uma vez que o papel do governo na economia é limitado, também limitamos o alcance do governo em outras áreas. Não é por acaso que a maioria dos países com a maior liberdade política geralmente têm grande liberdade econômica.

No entanto, os cristãos não podem e não devem endossar todos os aspectos do capitalismo. Por exemplo, muitos defensores do capitalismo têm uma visão conhecida como utilitarismo, a qual se opõe à noção de absolutos bíblicos. Certamente devemos rejeitar esta filosofia. Além disso, há certas questões econômicas e morais que devem ser abordadas. Embora existam algumas críticas econômicas válidas do capitalismo, como os monopólios e o subproduto da poluição, estes podem ser controlados por um controle governamental limitado. E quando o capitalismo é sabiamente controlado, ele gera prosperidade e liberdade econômica significativa para o seu povo.

Um dos principais argumentos morais contra o capitalismo é a ganância - é por isso que muitos cristãos se sentem inseguros sobre o comércio livre. Os críticos do capitalismo argumentam que este sistema deixam as pessoas gananciosas. No entanto, então devemos nos perguntar se o capitalismo torna as pessoas gananciosas ou se já temos pessoas gananciosas que usam a liberdade econômica do sistema capitalista para atingir os seus objetivos? À luz da descrição bíblica da natureza humana (Jeremias 17:9), este último parece mais provável. Porque as pessoas são pecaminosas e egoístas, algumas vão usar o sistema capitalista para satisfazer a sua ganância. Entretanto, isso não é realmente uma crítica do capitalismo, uma vez que é um reconhecimento da condição humana. O objetivo do capitalismo não é mudar as pessoas más, mas nos proteger delas. O capitalismo é um sistema em que as pessoas ruins podem fazer o mínimo de danos e pessoas boas têm a liberdade de fazer boas obras. O capitalismo funciona bem com indivíduos completamente morais, mas também funciona adequadamente com pessoas egoístas e gananciosas.

É importante perceber que há uma diferença entre interesse próprio e egoísmo. Todas as pessoas têm interesses próprios que podem operar de formas que não são egoístas. Por exemplo, é do nosso próprio interesse conseguir um emprego e ganhar uma renda para que possamos sustentar a nossa família. Podemos fazer isso de formas que não são egoístas. Por outro lado, outros sistemas econômicos, como o socialismo, ignoram as definições bíblicas da natureza humana. Como resultado, eles permitem que o poder econômico seja centralizado e se concentre nas mãos de poucas pessoas gananciosas. Aqueles que reclamam da influência que grandes corporações exercem sobre as nossas vidas devem considerar a alternativa socialista onde alguns burocratas governamentais controlam cada aspecto de nossas vidas.

Embora a ganância às vezes seja evidente no sistema capitalista, temos que entender que não é por causa do sistema -- é porque a ganância faz parte da natureza pecaminosa do homem. A solução não se encontra em mudar o sistema econômico, mas em mudar o coração do homem através do poder do evangelho de Jesus Cristo.


O que a Bíblia diz sobre o capitalismo?    

Como deve um cristão lidar com a política?

Se existe alguma coisa que vai desencadear um debate espontâneo, ou talvez uma verdadeira briga, é uma discussão que envolve política – até mesmo entre os cristãos. Como seguidores de Cristo, quais devem ser a nossa atitude e envolvimento com a política? Tem sido dito que "religião e política não se misturam" – será que isso é realmente verdade? Podemos ter opiniões políticas fora das considerações da nossa fé cristã? A resposta é não, não podemos. A Bíblia nos dá duas verdades sobre a nossa postura em relação à política e governo.

A primeira verdade é que a vontade de Deus permeia e suplanta todos os aspectos da vida. A vontade de Deus é o que tem precedência sobre tudo e todos (Mateus 6:33). Os planos e propósitos de Deus são fixos, e a Sua vontade é inviolável. Ele realizará a Sua vontade, a qual nenhum governo pode contrariar (Daniel 4:34-35). Na verdade, é Deus quem "remove reis e estabelece reis" (Daniel 2:21) porque o "Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens; e o dá a quem quer" (Daniel 4:17). Um entendimento claro desta verdade vai nos ajudar a ver que a política é apenas um método que Deus usa para realizar a Sua vontade. Apesar de homens maus abusarem do seu poder político por terem uma intenção perversa, Deus o usa para o bem, trabalhando "para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito" (Romanos 8:28).

Segundo, devemos compreender o fato de que o nosso governo não pode nos salvar! Só Deus pode. Nunca lemos no Novo Testamento sobre Jesus ou qualquer um dos apóstolos gastando qualquer tempo ou energia em ensinar os crentes a reformar o mundo pagão de suas práticas idólatras, imorais e corruptas através do governo. Os apóstolos nunca convidaram os crentes a demonstrar desobediência civil e protestar contra as leis injustas ou esquemas brutais do Império Romano. Em vez disso, os apóstolos ordenaram os cristãos do primeiro século, assim como nós hoje, a proclamar o evangelho e viver vidas que dão evidência clara do poder transformador do Evangelho.

Não há dúvida de que a nossa responsabilidade ao governo é obedecer às leis e ser bons cidadãos (Romanos 13:1-2). Deus estabeleceu toda a autoridade e Ele faz isso para o nosso benefício, "para louvor dos que praticam o bem" (1 Pedro 2:13-15). Paulo nos diz em Romanos 13:1-8 que é responsabilidade do governo exercer autoridade sobre nós - espero que para o nosso bem - coletar impostos e manter a paz. Onde temos uma voz e podemos eleger nossos líderes, devemos exercer esse direito através do voto para aqueles cujos pontos de vista mais se parecem com os nossos.

Um dos mais grandiosos enganos de Satanás é que podemos descansar a nossa esperança por moralidade cultural e vida piedosa em políticos e funcionários governamentais. A esperança por mudança de uma nação não se encontra nos líderes de qualquer país dominante. A igreja tem feito um erro se pensa que é o dever dos políticos defender, avançar e proteger as verdades bíblicas e valores cristãos.

O propósito original da igreja, dado por Deus, não se encontra em ativismo político. Em nenhum lugar na Bíblia temos o comando de gastar nossa energia, nosso tempo ou nosso dinheiro em assuntos governamentais. A nossa missão não reside na mudança da nação através de uma reforma política, mas na mudança de coração através da Palavra de Deus. Quando os crentes acham que o crescimento e a influência de Cristo podem de alguma forma se aliar com a política do governo, eles corrompem a missão da igreja. O nosso mandato cristão é espalhar o evangelho de Cristo e pregar contra os pecados do nosso tempo. Só à medida que os corações dos indivíduos em uma cultura são alterados por Cristo é que a cultura começa a refletir essa mudança.

Os crentes de todas as épocas têm vivido, e até florescido, sob governos antagônicos, repressivos e pagãos. Isso era especialmente verdadeiro sobre os crentes do primeiro século que, sob regimes políticos impiedosos, sustentaram a sua fé sob imenso estresse cultural. Entendiam que eles, e não os governos, eram a luz do mundo e sal da terra. Aderiram ao ensinamento de Paulo de obedecer aos seus governantes, até mesmo honrar, respeitar e orar por eles (Romanos 13:1-8). Mais importante, entenderam que, como crentes, a sua esperança residia na proteção que apenas Deus fornece. O mesmo vale para nós hoje. Quando seguimos os ensinamentos das Escrituras, nós nos tornamos a luz do mundo, como Deus planejou que fôssemos (Mateus 5:16).

As entidades políticas não são o salvador do mundo. A salvação de toda a humanidade tem sido manifestada em Jesus Cristo. Deus sabia que o nosso mundo precisava de salvação muitos antes de qualquer governo nacional ter sido fundado. Ele mostrou ao mundo que a redenção não poderia ser realizada através do poder do homem, sua força econômica, sua força militar ou a sua política. A paz de espírito, contentamento, esperança e alegria - e a salvação da humanidade - são realizados somente através da Sua obra de fé, amor e graça.


Como deve um cristão lidar com a política?    

Por que os cristãos são homofóbicos?

Por definição, a homofobia é o medo de homossexuais, mas seu significado foi ampliado para incluir o ódio pelos homossexuais. Correspondentemente, ser homofóbico tende a se manifestar por meio de uma demonstração ou comportamento externo com base em tal sentimento. Este, por sua vez, às vezes leva a atos de violência ou expressões de hostilidade. A verdade é que a homofobia não se limita a apenas um segmento da sociedade. Ela pode ser encontrada em pessoas de todas as esferas da vida. Tais grupos de ódio têm viciosamente atacado os homossexuais e usado principalmente linguagem violenta na tentativa de perseguir e intimidá-los.

Com grande frequência, diz-se que os cristãos são homofóbicos simplesmente por condenarem o comportamento homossexual como pecado. No entanto, o fato é que o termo homofóbico é apenas uma palavra usada por ativistas e simpatizantes homossexuais em suas tentativas de desviar a crítica séria de uma prática imoral e insalubre. Sem dúvida, há pessoas e organizações que desenvolveram um ódio irracional aos homossexuais e que estão dispostos a usar ações violentas para infligir-lhes o sofrimento. No entanto, o problema é que os ativistas dos direitos homossexuais têm acusado qualquer um que se oponha à homossexualidade de abrigar ódio semelhante. Portanto, os cristãos que corretamente enxergam a homossexualidade como um pecado e algo não natural são equiparados a lunáticos violentos que odeiam pelo prazer de odiar.

Embora a Bíblia fortemente condene o homossexualismo, ela nunca ensina que os homossexuais devem ser odiados. Como cristãos, devemos falar contra a perversão da atividade homossexual. A Bíblia é explícita em sua condenação dessa atividade, bem como na ira de Deus para com aqueles que praticam esse tipo de comportamento. Como cristãos, somos chamados a clara e carinhosamente chamar o pecado do que de fato é - pecado. Usar o termo homofobia para se referir a qualquer um que se oponha à homossexualidade é uma distração, não um argumento válido ou representação exata. Um cristão deve ter apenas um temor quanto aos homossexuais, o temor de que eles sofrerão eternamente por causa de sua decisão de rejeitar o único meio de salvação, o Senhor Jesus Cristo, o qual oferece a única esperança para escapar de um estilo de vida degradante e destrutivo.


Por que os cristãos são homofóbicos?    

Será que a Bíblia apoia o comunismo?

O comunismo, um ramo do socialismo, é um sistema social experimental baseado em um conjunto de ideais que, à primeira vista, parece concordar com alguns princípios bíblicos. Em uma análise mais aprofundada, no entanto, pouca evidência pode ser encontrada de que a Bíblia realmente apoie ou endosse o comunismo. Há uma diferença entre o comunismo na teoria e na prática, e os versículos bíblicos que parecem consentir os ideais comunistas são de fato contrariados pelas práticas de um governo comunista.

Há uma frase surpreendente em uma descrição da igreja em Atos 2 que tem levado muitas pessoas a se perguntarem se a Bíblia apoia o comunismo, e tem levado algumas pessoas a defenderem fortemente a ideia de que o comunismo seja, de fato, bíblico. A passagem diz: "Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade" (Atos 2:44-45). Esta declaração parece implicar que o comunismo (que tem, na sua essência, o desejo de eliminar a pobreza ao "espalhar a riqueza a todos") é encontrado aqui na mais antiga das igrejas cristãs. No entanto, há uma diferença crucial entre a igreja em Atos 2 e uma sociedade comunista que deve ser entendida.

Na igreja de Atos 2, as pessoas estavam doando uns aos outros por vontade própria àqueles que tinham uma necessidade, e estavam dando livremente, sem regulação de quanto deviam dar. Em outras palavras, eles dividiram o que tinham como resultado de um amor compartilhado e um objetivo comum de viver para Cristo e glorificar a Deus. Em uma sociedade comunista, as pessoas dão porque um sistema de governo as obriga a dar. Elas não têm uma escolha no que diz respeito a quanto dão ou a quem dão. Isso, portanto, não reflete quem realmente são; não diz nada sobre a sua identidade ou caráter. Sob o comunismo, tanto o doador alegre e generoso quanto o homem mesquinho são ambos obrigados a dar exatamente a mesma quantidade - ou seja, tudo o que ganham.

A questão é a atitude - dar com alegria (o que a Bíblia apoia) versus ser forçado a dar. Segundo Coríntios 9:7 diz: "Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria." Afinal, a Bíblia contém um grande número de referências a ajudar aos pobres, ser generosos com o que temos e cuidar dos que são menos afortunados. Quando obedecemos nesta área com corações alegres e com a devida motivação, a nossa doação é agradável a Deus. O que não é agradável a Deus é dar por obrigação, porque doação forçada não é dar por amor e, portanto, nada lucra no sentido espiritual. Paulo diz aos coríntios: "E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará" (1 Coríntios 13:3). Doação sem amor é o resultado inevitável do comunismo.

O capitalismo é, na verdade, um sistema melhor quando se trata de doar porque tem provado aumentar a riqueza individual, o que permite os seus cidadãos a darem de acordo com o seu progresso. O comunismo tem provado simplesmente tornar todos os seus cidadãos pobres, exceto os muito poucos no poder que decidem para onde a riqueza vai. Entretanto, nem mesmo o capitalismo funcionará, por si só, como um sistema para ajudar os pobres. Ele depende dos seus cidadãos sendo diligentes (Provérbios 10:4) e generosos com os frutos do seu trabalho (1 Timóteo 6:18), dando por amor a Deus e ao próximo. Assim, vemos que Deus planejou que as necessidades físicas e financeiras dos pobres fossem cumpridas por indivíduos cristãos, e não por qualquer sistema de governo.


Será que a Bíblia apoia o comunismo?    

Será que a Bíblia convida os cristãos a argumentarem/defenderem a fé?

O clássico versículo que promove a apologética (defesa da fé cristã) é 1 Pedro 3:15, o qual diz que os crentes devem estar prontos para explicar “a esperança que há em vós.” A única forma de fazer isso é efetivamente estudar por que acreditamos no que acreditamos. Isso vai nos preparar para "destruir fortalezas, anulando nós sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo", como Paulo disse que deveríamos fazer (2 Coríntios 10:5). Paulo praticava o que pregava; na verdade, defender a fé era a sua atividade regular (Filipenses 1:7). Ele se refere à apologética como um aspecto da sua missão na mesma passagem (v.16). Ele também fez da apologética um requisito para a liderança da igreja em Tito 1:9. Judas, um apóstolo de Jesus, escreveu que "quando empregava toda a diligência em escrever-vos acerca da nossa comum salvação, foi que me senti obrigado a corresponder-me convosco, exortando-vos a batalhardes, diligentemente, pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos"(v.3).

De onde é que os apóstolos tomaram essas ideias? Do próprio Mestre. Jesus era o Seu próprio exemplo de apologética, já que frequentemente afirmou que devíamos acreditar nEle por causa da evidência que Ele fornecia (João 2:23; 10:25; 10:38, 14:29). Na verdade, toda a Bíblia está cheia de milagres divinos que confirmam aquilo em que Deus quer que creiamos (Êxodo 4:1-8; 1 Reis 18:36-39, Atos 2:22-43, Hebreus 2:3-4; 2 Coríntios 12:12). As pessoas corretamente se recusam a acreditar em algo sem provas. Já que Deus criou os seres humanos como seres racionais, não devemos ficar surpresos quando Ele espera que vivamos de forma racional. Como Norman Geisler diz: "Isso não significa que não haja espaço para a fé. No entanto, Deus quer que demos um passo de fé à luz das provas, ao invés de darmos um salto no escuro. "

Aqueles que se opõem a estes claros ensinamentos e exemplos bíblicos podem dizer: "A Palavra de Deus não precisa ser defendida!" Entretanto, quais dos escritos desse mundo são a Palavra de Deus? Assim que alguém responde a essa pergunta, ele está exercendo a apologética. Alguns afirmam que a razão humana não pode nos dizer nada sobre Deus - essa declaração em si é uma "razoável" declaração sobre Deus. Se não for, então não há razão para acreditar nela. Um provérbio muito comum é: "Se alguém puder argumentar a favor do Cristianismo, então outra pessoa pode argumentar contra." Por que isso é um problema? O próprio Paulo não deu um critério (a ressurreição) pelo qual o Cristianismo deve ser aceito ou rejeitado em 1 Coríntios 15? Apenas a piedade equivocada responde no negativo.

Nada disso quer dizer que apenas a apologética, longe da influência do Espírito Santo, possa levar alguém à fé salvadora. Isso cria um falso dilema na mente de muitos. No entanto, não é necessário que seja "Espírito versus Lógica." Por que não os dois? O Espírito Santo deve mover alguém a uma posição de crença, mas cabe a Ele decidir como alcançar isso. Com algumas pessoas Deus usa dificuldades e provações; com outras, é uma experiência emocional; em outras, é através da razão. Deus pode usar qualquer meio que queira. Nós, porém, somos ordenados a usar a apologética sempre que pregarmos o Evangelho.


Será que a Bíblia convida os cristãos a argumentarem/defenderem a fé?    

Será que os fins justificam os meios?

A resposta a esta questão depende do que esses fins ou metas são e os meios que estão sendo utilizados para alcançá-los. Se os objetivos são bons e nobres e os meios que usamos para atingi-los também são bons e nobres, então sim, os fins justificam os meios. Entretanto, não é isso o que a maioria das pessoas quer dizer quando usa a expressão. A maioria usa isso como uma desculpa para alcançar seus objetivos através de quaisquer meios necessários, não importa quão imoral, ilegal ou desagradável esse meio seja. O que a expressão geralmente significa é algo assim: "Não importa como você alcance o que quer, contanto que você o alcance."

A expressão "o fim justifica os meios" normalmente envolve fazer algo errado para atingir um fim positivo e justificar esse erro ao apontar para um bom resultado. Um exemplo seria mentir no currículo para conseguir um bom emprego e justificar a mentira ao dizer que o maior salário permitirá que o mentiroso providencie de forma mais adequada para a sua família. Outra pessoa pode tentar justificar o aborto de um bebê para salvar a vida da mãe. Mentir e dar fim a uma vida inocente são moralmente errados, mas o sustento da família e salvar a vida de uma mulher são moralmente corretos. Onde, então, estabelecer um limite?

O dilema sobre os fins/meios é um cenário popular na discussão ética. Normalmente, a pergunta é algo assim: "Se você pudesse salvar o mundo matando alguém, você faria isso?" Se a resposta for "sim", então um resultado moralmente certo justifica o uso de meios imorais para ser alcançado. No entanto, há três coisas diferentes a considerar em tal situação: a moralidade da ação, a moralidade do resultado e a moralidade da pessoa que executa a ação. Nesta situação, a ação (assassinato) é claramente imoral e o assassino também o é, mas salvar o mundo é um resultado bom e moral. É mesmo? Que tipo de mundo está sendo salvo se os assassinos são autorizados a decidir quando e se o assassinato é justificado e ainda permanecem livres? Ou será que o assassino terá que encarar punição pelo seu crime no mundo que salvou? O mundo que foi salvo será justificado em tirar a vida de alguém que tinha acabado de salvá-lo?

Do ponto de vista bíblico, é claro, o que está faltando nessa discussão é o caráter de Deus, a lei de Deus e a providência de Deus. Porque sabemos que Deus é bom, santo, justo, misericordioso e reto, quem tem o Seu nome deve refletir o Seu caráter (1 Pedro 1:15-16). Assassinar, mentir, roubar e todos os tipos de comportamentos pecaminosos são a expressão da natureza pecaminosa do homem, não a natureza de Deus. Para o cristão cuja natureza tem sido transformada por Cristo (2 Coríntios 5:17), não deve haver a justificação do comportamento imoral, não importa a sua motivação ou resultado. Deste Deus santo e perfeito, temos uma lei que reflete os Seus atributos (Salmo 19:7; Romanos 7:12). Os Dez Mandamentos deixam claro que o assassinato, adultério, roubo, mentira e ganância são inaceitáveis aos olhos de Deus e Ele não tem uma "cláusula de escapamento" para a motivação ou racionalização. Observe que Ele não diz: "Não matarás a não ser que seja para salvar uma vida." Isso é chamado de "ética situacional" e não há espaço para isso na lei de Deus. Então, claramente, do ponto de vista de Deus, não há fins que justificam os meios de quebrar a Sua lei. Vale à pena salientar, no entanto, que muitas pessoas cometem o erro de dizer que o mandamento da Bíblia, “Não matarás”, aplica-se à guerra. No entanto, a Bíblia na verdade diz que não devemos assassinar. A palavra hebraica significa literalmente “o assassinato intencional, malicioso e premeditado de outra pessoa”.

Também em falta na discussão sobre os fins/meios é uma compreensão da providência de Deus. Deus não se limitou a criar o mundo, preenchê-lo com pessoas e depois deixá-las para sobreviver por conta própria, sem nenhuma supervisão dEle. Pelo contrário, Deus tem realizado o Seu plano e propósito para a humanidade através dos séculos. Cada decisão tomada por cada pessoa na história tem sido sobrenaturalmente aplicada a esse plano. Ele afirma esta verdade de forma inequívoca: "que desde o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade; que chamo a ave de rapina desde o Oriente e de uma terra longínqua, o homem do meu conselho. Eu o disse, eu também o cumprirei; tomei este propósito, também o executarei" (Isaías 46:10-11). Deus está intimamente envolvido e no controle de Sua criação. Além disso, Ele afirma que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que o amam e são chamados segundo o Seu propósito (Romanos 8:28). Um cristão que mente em um currículo ou aborta um bebê estaria violando a lei de Deus e negando a Sua capacidade de sustentar uma família e preservar a vida de uma mãe se essa for a Sua vontade. Aqueles que não conhecem a Deus podem ser forçados a justificar os seus meios para um fim, mas aqueles que se dizem filhos de Deus não têm qualquer razão para quebrar um dos mandamentos de Deus, negar o Seu propósito soberano ou envergonhar o Seu nome.


Será que os fins justificam os meios?    

Os cristãos devem tentar evangelizar os ateus?

Como cristãos que conhecem o amor de Deus e têm a certeza da eternidade no céu, é difícil entender por que alguém iria querer ser um ateu. No entanto, quando entendemos a natureza do pecado e sua forte influência sobre a mente e o coração, começamos a entender o ponto de vista do ateu. Biblicamente falando, não existe tal coisa como um ateu. Salmo 19:1-2 nos diz que os céus declaram a glória de Deus. Vemos o Seu poder criativo em tudo o que Ele fez. Romanos 1:19-20 desenvolve essa ideia, dizendo-nos que o que pode ser conhecido sobre Deus foi revelado a nós através da criação e quem nega isso está detendo "a verdade pela injustiça" (v. 18). Salmo 14:1 e 53:1 declaram que aqueles que negam a existência de Deus são tolos. Assim, o ateu ou está mentindo, ou é um tolo, ou ambos. Então, o que é que faz que alguém negue a Deus?

O principal objetivo daqueles que estão sob a influência da natureza do pecado é fazer de si mesmo um deus e ter controle completo sobre a sua vida, ou assim pensam. Em seguida, aparece a religião com tantas obrigações, julgamentos e restrições, enquanto os ateus presumem definir a moralidade e o significado de sua própria vida. Eles não querem se submeter a Deus porque seus corações estão em "inimizade contra Deus", e não têm qualquer desejo de serem sujeitos à Sua lei. Na verdade, são incapazes de fazer isso porque o seu pecado os cegou para a verdade (Romanos 8:6-7). É por isso que os ateus passam a maior parte do seu tempo reclamando e discutindo não sobre as provas escriturísticas, mas sobre a lista de "faça ou não faça." Sua rebeldia natural detesta os mandamentos de Deus. Simplesmente odeiam a ideia de que qualquer coisa - ou qualquer Um - deva ter controle sobre eles. O que não percebem é que o próprio Satanás os controla, cegando-os e preparando as suas almas para o inferno.

Em termos de evangelizar os ateus, não devemos conter o evangelho de alguém só porque afirma ser um ateu. Não se esqueça de que um ateu é tão perdido quanto um muçulmano, hindu ou budista. Deus certamente quer que propaguemos o evangelho (Mateus 28:19) e defendamos as verdades de Sua Palavra (Romanos 1:16). Por outro lado, não somos obrigados a perder nosso tempo tentando convencer o relutante. Na verdade, somos advertidos a não gastar esforço excessivo sobre aqueles que são claramente desinteressados em quaisquer discussões honestas (Mateus 7:6). Jesus disse aos apóstolos para irem pregar a Palavra, mas Ele não esperava que eles permanecessem em qualquer lugar até que a última pessoa tivesse se convertido (Mateus 10:14).

Talvez a melhor tática seja dar a cada pessoa o benefício da dúvida, pelo menos no início. Cada pergunta, honesta e sinceramente respondida, dá a essa pessoa a oportunidade de ouvir o evangelho. No entanto, se essa pessoa estiver apenas argumentando, sendo hostil, ou não ouvindo, provavelmente é hora de ir para outro lugar. Algumas pessoas são total e absolutamente endurecidas ao evangelho (Provérbios 29:1). Sejam racionais ou irracionais, há razões bíblicas para acreditar que algumas pessoas são de vontade própria imunes à influência do Espírito Santo (Gênesis 6:3). Quando fizemos um esforço de boa fé de falar com alguém, e ele é inacessível, então somos ordenados a "sacudir o pó" dos nossos pés (Lucas 9:5) e passar o tempo falando com aqueles que são espiritualmente mais abertos. Como em todas as coisas, a sabedoria de Deus é crucial. Deus nos prometeu sabedoria se pedirmos (Tiago 1:5); devemos orar para recebê-la e confiar que Deus nos alertará para sabermos como e quando terminar o diálogo com um ateu hostil.


Os cristãos devem tentar evangelizar os ateus?    

O que é o existencialismo?

O existencialismo não é tanto um sistema formal de filosofia quanto é uma orientação geral para as questões filosóficas. Ele foi mais popular na Europa no início do século XX. Foi uma reação ao excesso de confiança do Iluminismo na razão humana. Algumas das influências que provavelmente tornaram-no atraente incluem a visão de Kierkegaard de que a fé cristã não pode ser reduzida a um conjunto de proposições racionais, mas que também inclui mais amplas implicações emocionais e relacionais. Ainda mais significativamente, certos eventos históricos, como a devastação da Primeira Guerra Mundial, os colapsos econômicos das décadas de 1920 e 1930 e os horrores da Segunda Guerra Mundial, exibiram a falsa esperança do modernismo de que a razão humana possa superar todos os problemas.

O existencialismo, portanto, minimiza a capacidade da razão humana. Ele não consegue dar significado ao lugar de alguém em um cosmos racional e ordenado. A ordem racional em si é suspeita aos existencialistas. Portanto, a explicação racional fica em segundo lugar a outras abordagens para encontrar sentido. Alguns existencialistas expressam significado em termos das realizações de um indivíduo em transcender as suas circunstâncias. Outros expressam significado em termos de se conectar e se comunicar com outras pessoas sobre a experiência humana. A experiência de existir é o foco. A explicação racional é colocada de lado.

Como pode um cristão ser eficaz em responder às reivindicações do existencialismo? Por um lado, um cristão pode concordar que o modernismo tem uma falsa esperança na capacidade da razão humana de enfrentar e superar todos os desafios. Na verdade, há muitas coisas que, de acordo com o ensino bíblico, só são superadas pela graça de Deus, incluindo os problemas do pecado humano e da própria morte. Além disso, os cristãos reconhecem que há muitas coisas que a razão humana não pode descobrir e que são descobertas somente se Deus escolher revelá-las. Por outro lado, um cristão descorda com o espírito do existencialismo de desesperança. O Cristianismo altamente enfatiza dois aspectos do futuro. Primeiro, o Cristianismo afirma o julgamento final no qual tudo o que é errado, desordenado e quebrado será finalmente ajustado uma vez que Cristo voltará no fim dos tempos para vencer todo o mal do cosmos e reinar sobre todos. Segundo, o Cristianismo afirma a realidade esperançosa do futuro a todos os que confiam em Cristo, ou seja, a realidade da ressurreição, da vida eterna e a conclusão absoluta da santificação - tudo isso dado livremente pela graça de Deus. Muitas passagens bíblicas poderiam ser citadas sobre esses dois aspectos do futuro. Aqui está uma de muitas, Romanos 6:23: "porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor."


O que é o existencialismo?    

É a fé em Deus uma muleta?

Jesse Ventura, ex-governador de Minnesota, disse uma vez: "A religião organizada é uma farsa e uma muleta para pessoas de mentes fracas que precisam de força em grupos." Concordando com ele, o pornógrafo Larry Flynt comentou: "Não há nada de bom que eu possa dizer sobre isso [a religião]. As pessoas a usam como uma muleta." Ted Turner uma vez simplesmente disse: "O Cristianismo é uma religião para perdedores!" Ventura, Flynt, Turner e outros que pensam como eles enxergam os cristãos como sendo emocionalmente frágeis e carentes de apoio imaginário para tocar a vida. Insinuam que eles próprios são fortes e não necessitam de um suposto Deus para ajudá-los com suas vidas.

Tais declarações trazem uma série de perguntas: Onde é que esse tipo de pensamento começou? Há alguma verdade nele? Como a Bíblia responde a tais afirmações?

É a fé em Deus uma muleta? - O Impacto de Freud
Sigmund Freud (1856-1939) foi um neurologista austríaco que fundou a prática da psicanálise, um sistema que defende a teoria de que motivos inconscientes ditam muito do comportamento humano. Apesar de defender o ateísmo, Freud admitiu que a verdade da religião não poderia ser refutada e que a fé religiosa tem proporcionado conforto para um número incontável de pessoas através da história. No entanto, Freud achava que o conceito de Deus era ilusório. Em uma de suas obras religiosas, O Futuro de uma Ilusão, ele escreveu: "Eles [os crentes] dão o nome de 'Deus' a uma vaga abstração que criaram para si mesmos."

Quanto à motivação para a criação de tais ilusões, Freud acreditava em duas coisas básicas: (1) as pessoas de fé creem em um deus por terem desejos fortes e esperanças dentro de si mesmas que atuam como conforto contra a dureza da vida; (2) a ideia de Deus vem da necessidade de uma figura paterna idílica que eclipsa ou um pai inexistente ou um pai imperfeito e real na vida de uma pessoa religiosa. Falando do suposto fator de realização de desejo na religião, Freud escreveu: "Elas [crenças religiosas] são ilusões, realizações dos mais antigos, mais fortes e mais urgentes desejos da humanidade. Chamamos a crença de uma ilusão quando uma realização de desejo é um fator proeminente em sua motivação e ao fazer isso, desconsideramos a sua relação com a realidade, assim como a própria ilusão não oferece verificação."

Para Freud, Deus não era nada mais do que uma projeção psicológica que servia para proteger um indivíduo de uma realidade que ele não queria enfrentar e com a qual não podia lidar sozinho. Depois de Freud, outros cientistas e filósofos vieram e afirmaram a mesma coisa - que a religião é apenas uma ilusão da mente. Robert Pirsig, um escritor e filósofo americano que tipifica os seguidores de Freud, disse: "Quando uma pessoa sofre de um delírio, isso é chamado de loucura. Quando muitas pessoas sofrem de um delírio, isso se chama de religião. "

O que dizer das acusações acima? Há alguma verdade nas afirmações feitas por Freud e outros?

Examinando as Reivindicações da "Multidão da Muleta"
Ao fazer um exame honesto destas reivindicações, a primeira coisa a reconhecer é o que aqueles que fazem tais afirmações estão reivindicando sobre si mesmos. Os zombadores de religião estão dizendo que os cristãos são propensos a fatores e desejos psicológicos aos quais eles, os céticos, não são. Mas como sabem disso? Por exemplo, Freud enxergava a necessidade de um Deus Pai como um sintoma de pessoas emocionalmente carentes que desejam uma figura paterna, mas será que o próprio Freud tinha uma necessidade emocional de que nenhuma figura paterna existisse? E talvez Freud tivesse o desejo de que um Deus Santo e julgamento após a morte não existissem; um desejo de que o inferno não fosse real. Demonstrando a plausibilidade de tal pensamento é a citação do próprio Freud, que uma vez disse: "A parte ruim disso, especialmente para mim, reside no fato de que a ciência, de todas as coisas, parece exigir a existência de um Deus."

Parece razoável concluir, como Freud e seus seguidores têm argumentado em sua posição, que a única maneira de uma pessoa superar "a exigência" de provas em preto-e-branco de alguma coisa é através da criação de uma esperança ilusória que domina as verificações da existência de Deus. Mesmo assim, ainda não consideram esta uma possibilidade para eles. Alguns ateus, no entanto, têm de forma honesta e aberta admitido essa probabilidade. Servindo como um exemplo, o ateu professor/filósofo Thomas Nagel disse uma vez: "Quero que o ateísmo seja verdade e fico inquieto pelo fato de que algumas das pessoas mais inteligentes e bem informadas que conheço são crentes religiosos. Não se trata apenas do fato de não acredito em Deus e, naturalmente, espero estar certo em minha crença. É que espero que Deus não exista! Não quero que haja um Deus; não quero que o universo seja assim."

Uma outra consideração a ter em mente é que nem todos os aspectos do Cristianismo são reconfortantes. Por exemplo, a doutrina do inferno, o reconhecimento da humanidade como pecadores incapazes de agradar a Deus por conta própria e outros ensinamentos semelhantes não são tão agradáveis. Como é que Freud explica a criação dessas doutrinas?

Um pensamento adicional que brota da pergunta acima é por que, se a humanidade simplesmente inventa o conceito de Deus para se sentir melhor, as pessoas fabricam um Deus que é santo? Tal Deus parece estar em desacordo com os seus desejos e práticas naturais. Na verdade, um Deus assim parece ser o último tipo de deus a ser inventado. Em vez disso, seria de se esperar que criassem um deus que concordasse com as coisas que querem fazer naturalmente, em vez de se opor às práticas que elas mesmas (por algum motivo ainda não explicado) rotulam como "pecaminosas".

Uma última questão é como é que as reivindicações de "muleta" explicam as pessoas que inicialmente eram hostis à religião e não queriam acreditar? Essas pessoas aparentemente não tinham nenhum desejo de que o Cristianismo fosse verdade, mas depois de um exame honesto da prova e um reconhecimento da sua "veracidade", elas se tornaram crentes. O estudioso inglês C. S. Lewis é uma dessas pessoas. Lewis é famoso por dizer que não havia convertido mais relutante em toda a Inglaterra do que ele, que foi literalmente arrastado chutando e gritando à fé – isso pouco é uma declaração de se esperar de uma pessoa envolvida em uma fantasia.

Esses problemas e perguntas parecem estar em desacordo com as reivindicações do grupo da "muleta" e são convenientemente ignorados por eles. Entretanto, o que a Bíblia tem a dizer sobre as suas reivindicações? Como ela responde às suas acusações?

É a Fé em Deus uma Muleta? - Como a Bíblia Responde?
Há três respostas fundamentais que a Bíblia dá à alegação de que as pessoas inventaram a ideia de Deus como uma muleta para si. Primeiro, a Bíblia diz que Deus criou a humanidade para si mesmo e para naturalmente desejar um relacionamento com Ele. Sobre este fato, Agostinho escreveu: "Tu nos fizeste para ti, Senhor, e o nosso coração permanece inquieto até encontrar o seu descanso em Ti." A Bíblia diz que o homem é feito à imagem de Deus (Gênesis 1:26). Sendo isto verdade, não é razoável acreditar que sentimos um desejo por Deus porque fomos criados com esse desejo? Não devem uma impressão digital divina e a possibilidade de relacionamento entre a criatura e o Criador existir?

Segundo, a Bíblia diz que as pessoas realmente agem da forma inversa à que Freud e seus seguidores afirmam. A Bíblia afirma que a humanidade está em rebelião contra Deus e, naturalmente, se afasta em vez de desejá-lo, e que tal rejeição é a razão pela qual a ira de Deus vem sobre eles. A realidade é que as pessoas naturalmente fazem tudo o que podem para suprimir a verdade sobre Deus, e Paulo escreveu sobre isso: "Pois do céu é revelada a ira de Deus contra toda a impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça. Porquanto, o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Pois os seus atributos invisíveis, o seu eterno poder e divindade, são claramente vistos desde a criação do mundo, sendo percebidos mediante as coisas criadas, de modo que eles são inescusáveis; porquanto, tendo conhecido a Deus, contudo não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes nas suas especulações se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se estultos" (Romanos 1:18-22). O fato de que Deus é claramente evidente a todos através da criação, como indicado nas palavras de Paulo, é bem resumido por CS Lewis, que escreveu: "Podemos ignorar, mas de forma alguma escapar, a presença de Deus. O mundo está cheio dEle."

O próprio Freud admitiu que a religião era "o inimigo", e é exatamente assim que Deus descreve a humanidade antes de ser espiritualmente iluminada - como inimiga de Deus. Isso é algo que Paulo também reconheceu: "Porque se nós, quando éramos inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida" (Romanos 5:10, ênfase adicionada) .

Terceiro, a própria Bíblia afirma que a vida é difícil, que tribulações são comuns e que um medo da morte é sentido por todos. Essas são verdades facilmente vistas no mundo ao nosso redor. A Bíblia também diz que Deus está presente para nos ajudar a superar os tempos difíceis e assegura-nos que Jesus venceu o medo da morte. Jesus mesmo disse: "No mundo tereis tribulações ", o que confirma o fato de que as dificuldades da vida existem, mas Ele também disse: "tende bom ânimo" e que os Seus seguidores devem se voltar a Ele para a vitória final (João 16:33).

A Bíblia diz que Deus cuida e ajuda o Seu povo e que Ele comanda os Seus seguidores a ajudar uns aos outros e levar as cargas uns dos outros (cf. Gálatas 6:2). Falando da preocupação de Deus com as pessoas, Pedro escreveu: "Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte; lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós" (1 Pedro 5:6 -7, ênfase adicionada). A famosa afirmação de Jesus também fala deste fato: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve" (Mateus 11:28-30).

Além da ajuda diária, o medo da morte também foi superado por Cristo. Através de Sua ressurreição, Jesus provou que a morte não tem poder sobre Ele. A Palavra de Deus diz que a ressurreição de Cristo foi a prova da ressurreição e da vida eterna de todos os que confiam nEle (cf. 1 Coríntios 15:20). Ser livre do medo da morte é uma verdade proclamada pelo escritor de Hebreus, que disse: "Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, destes também ele, igualmente, participou, para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo, e livrasse todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida" (Hebreus 2:14-15, ênfase adicionada).

Então, de fato, a Bíblia fala sobre o cuidado, preocupação e ajuda de Deus para a Sua criação. Tal verdade realmente traz conforto, mas é um conforto baseado em realidade e não em um simples desejo.

É a fé em Deus de uma muleta? – Conclusão
Jesse Ventura estava errado quando disse que a religião é nada mais do que uma muleta. Tal declaração fala da natureza arrogante do homem e simboliza o tipo de pessoas repreendido por Jesus no livro de Apocalipse: "pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu" (Apocalipse 3:17).

As reivindicações de mero desejo por parte de Freud, Ventura e outros apenas agem como uma acusação contra si mesmos e mostram o seu desejo de rejeitar a Deus e Sua reivindicação de suas vidas, o que é exatamente o que a Bíblia diz que a humanidade caída faz. Entretanto, para essas mesmas pessoas, Deus pede que reconheçam os seus verdadeiros desejos e Se oferece no lugar da falsa esperança do humanismo à qual se agarram.

As declarações bíblicas quanto ao fato e evidências da ressurreição de Cristo trazem conforto e esperança verdadeira - esperança que não desilude - e instruem-nos a andar de uma forma que confia em Deus e reconhece a nossa verdadeira posição "fraca" diante dEle. Quando isso é feito, tornamo-nos fortes, assim como Paulo disse: "Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte" (2 Coríntios 12:10).


É a fé em Deus uma muleta?    

Por que tantos jovens estão se afastando da fé?

Uma recente pesquisa realizada pelo Grupo Barna, uma importante organização de pesquisa cujo foco principal é a relação entre a fé e cultura, constatou que menos de um por cento da jovem população adulta nos Estados Unidos tem uma cosmovisão bíblica. Ainda mais surpreendente, os dados mostram que menos da metade de um por cento dos cristãos entre as idades de 18 e 23 tem uma cosmovisão bíblica.

O Grupo Barna definiu os que tinham uma cosmovisão bíblica como os que acreditavam:
• que a verdade absoluta moral existe,
• que a Bíblia é completamente inerrante,
• que Satanás é um ser real, e não simbólico,
• que uma pessoa não pode ganhar o seu caminho para o reino de Deus através das boas obras,
• que Jesus Cristo viveu uma vida sem pecado na terra, e
• que Deus é o supremo Criador dos céus e da terra e reina sobre todo o universo de hoje.

Um outro estudo realizado pelo Seminário Fuller determinou que o fator mais importante em se os jovens deixam a igreja ou permanecem firmes na sua fé era se eles têm um porto seguro para expressar suas dúvidas e preocupações sobre as Escrituras e sua fé antes de saírem de casa. É de crítica importância que os nossos jovens tenham adultos que lhes forneçam sentido e orientação sobre as possíveis apreensões da sua fé. Tal refúgio é encontrado em dois lugares: em seus pais e nos ministérios para jovens oferecidos por suas igrejas.

No entanto, o estudo Fuller também descobriu que a maioria dos programas das igrejas para jovens tinha a tendência de concentrar suas energias em proporcionar entretenimento e pizza em vez de focar-se em fortalecer os jovens em sua fé. Como resultado, os nossos adolescentes são mal equipados para enfrentar os desafios que irão encontrar no mundo ao sair de casa.

Além disso, dois estudos realizados tanto pelo grupo Barna quanto pelo Usa Today descobriram que quase 75 por cento dos jovens cristãos deixam a igreja após o ensino médio. Uma das principais razões por que fazem isso é o ceticismo intelectual. Este é um resultado da nossa juventude não ser ensinada a Bíblia em suas casas ou igreja. As estatísticas mostram que as nossas crianças de hoje passam uma média de 30 horas por semana nas escolas públicas, onde estão sendo recebendo ideias que são diametralmente opostas a verdades bíblicas, tais como a evolução, a aceitação da homossexualidade, etc . Em seguida, voltam para casa para outras 30 horas por semana na frente de uma TV, sendo bombardeados por comerciais lascivos e obscenos ou em "conexão" com os amigos no Facebook, ficando online por horas, conversando um com o outro ou jogando jogos. Por outro lado, o tempo gasto semanalmente na igreja aprendendo sobre a Bíblia é cerca de 45 minutos. Não é de admirar que os nossos jovens saem de casa sem uma cosmovisão cristã. Não só não estão sendo bem fundamentados na fé, mas também não estão sendo ensinados a inteligentemente examinar os pontos de vista dos céticos que, inevitavelmente, desafiarão a sua fé. A maioria desses estudantes não estão preparados para entrar na sala de aula da faculdade onde mais da metade de todos os professores da faculdade enxergam os cristãos com hostilidade e aproveitam cada oportunidade para minimizar a eles e sua fé.

Não há dúvida de que um fator importante em se os jovens permanecem firmes em sua fé cristã ou se afastam dela é a influência de seus pais. É como diz o provérbio: "Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele" (Provérbios 22:6). Um estudo particular descobriu que, quando ambos os pais eram fiéis e ativos na igreja, 93 por cento de seus filhos permaneceram fiéis. Quando apenas um dos pais era fiel, 73 por cento de seus filhos permaneceram fiéis. Quando nenhum dos pais era particularmente ativo, apenas 53 por cento dos seus filhos permaneceram fiéis. Nos casos em que ambos os pais não eram ativos de forma alguma e só frequentavam a igreja de vez em quando, o percentual caiu para apenas 6 por cento.

Os adolescentes de hoje em dia estão debatendo dentro de si como o Cristianismo se compara com as crenças concorrentes do mundo. Declarações relativísticas, tais como "Você tem a sua verdade e eu tenho a minha", ou "Jesus foi apenas um de muitos grandes líderes espirituais", estão se tornando aceitas em nossa sociedade. Os nossos adolescentes deveriam ser capazes de sair de casa totalmente treinados em como responder a seus amigos seculares. Deveriam estar plenamente preparados para explicar a razão para a esperança dentro deles (1 Pedro 3:15): Deus realmente existe? Por que Ele permite a dor e o sofrimento no mundo? A Bíblia é realmente verdade? Há verdade absoluta?

Os nossos jovens devem ser mais bem equipados em saber por que acreditam nas alegações do Cristianismo ao invés das de qualquer outro sistema de crença. E isso não é apenas para si mesmos, mas para aqueles que indagam sobre a sua fé. O Cristianismo é real; é verdadeiro. E suas verdades devem ser enraizadas nas mentes de nossa juventude. A nossa juventude precisa estar preparada para as perguntas intelectualmente desafiadoras e confrontos espirituais que enfrentarão ao sair de casa. Um sólido programa de apologética, o estudo de defender a verdade, é vital na preparação dos jovens para conhecer e defender a veracidade das Escrituras e a autenticidade da sua fé cristã.

A igreja precisa dar uma boa olhada nos seus programas para jovens. Em vez de entretê-los com esquetes, bandas e vídeos, é preciso ensinar-lhes as Escrituras com a verdade, lógica e uma cosmovisão cristã. Frank Turek, conhecido autor cristão e professor de apologética, ao se dirigir ao problema da nossa juventude se afastar da fé, explicou desta forma: "Falhamos em reconhecer que como os ganhamos. . . também é àquilo ao qual os ganhamos."

Os pais cristãos e nossas igrejas precisam fazer um trabalho melhor em desenvolver os corações e mentes de nossa juventude com a Palavra de Deus (1 Pedro 3:15, 2 Coríntios 10:5).

O que a Bíblia quer dizer quando afirma: 'Diz o insensato no seu coração: "Não há Deus"'?

Tanto Salmo 14:1 quanto Salmo 53:1 afirmam: "Diz o insensato no seu coração: Não há Deus." Alguns tomam esses versículos para indicar que os ateus são estúpidos, ou seja, não possuem inteligência. No entanto, esse não é o significado da palavra hebraica traduzida como "insensato". Neste texto, a palavra hebraica é nabal, que se refere mais a um "tolo moral", ou seja, alguém sem moral. O significado do texto não é que "as pessoas que não são inteligentes não acreditam em Deus." Pelo contrário, o significado do texto é que "pessoas imorais não acreditam em Deus."

Muitos ateus são muito inteligentes. Não é a inteligência, ou a sua falta, que leva uma pessoa a rejeitar a crença em Deus. É uma falta de moral que leva uma pessoa a rejeitar a crença em Deus. As pessoas não rejeitam a ideia da existência de um Ser Criador. Em vez disso, as pessoas rejeitam a ideia da existência de um ser criador que exige moralidade da Sua criação. A fim de limpar suas consciências e aliviar-se da culpa, as pessoas rejeitam a ideia de Deus como a única fonte da moralidade absoluta. Isso permite que os ateus vivam como quiserem - tão moralmente ou imoralmente como desejam- com nenhum sentimento de culpa por sua recusa em prestar contas a Deus.

Vários ateus proeminentes têm admitido isso. Um ateu famoso, quando perguntado o que espera realizar através do ateísmo, declarou que quer "beber álcool tanto e ter relações sexuais com tantas mulheres quanto possível." A crença em um Ser divino é acompanhado por um sentimento de responsabilidade e prestação de contas a esse Ser. Assim, para escapar da condenação da consciência, a qual foi em si criada por Deus, deve-se negar a existência de Deus a fim de negar a força moral da consciência.

Isso não quer dizer que todos os ateus são imorais. Muitos ateus vivem uma vida relativamente moral. O ponto principal do versículo "Diz o insensato no seu coração: Não há Deus" é que a falta de prova de Sua existência não é a verdadeira razão por que as pessoas rejeitam a fé em Deus. As pessoas rejeitam a fé em Deus devido a um desejo de viver livre das restrições morais que Ele exige e para escapar da culpa que acompanha a violação dessas restrições. "A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça; porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis; porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato. Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis. Por isso, Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências de seu próprio coração, para desonrarem o seu corpo entre si; pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém!" (Romanos 1:18-25).

Por que Deus não cura os amputados?

Alguns usam essa questão em uma tentativa de "negar" a existência de Deus. Na verdade, há um popular site anti-cristão (em inglês) dedicado ao argumento "Por que Deus não cura os amputados?": http://www.whywontgodhealamputees.com. Se Deus é todo-poderoso e se Jesus prometeu fazer tudo o que pedirmos (ou assim se raciocina), então por que Deus não cura os amputados sempre que orarmos por eles? Por que Deus cura vítimas de câncer e diabetes, por exemplo, mas nunca faz com que um membro amputado seja regenerado? O fato de que um amputado permanece amputado é "prova" para alguns de que Deus não existe, que a oração é inútil, que as “curas” são coincidência, e que a religião é um mito.

O argumento acima é normalmente apresentado de uma forma consciente e bem fundamentado, com uma pitada liberal das Escrituras para fazê-lo parecer mais legítimo. No entanto, é um argumento baseado em uma visão errada de Deus e uma deturpação das Escrituras. A linha de raciocínio empregada no argumento "por que Deus não cura amputados" faz pelo menos sete falsas suposições:

Suposição 1: Deus nunca curou um amputado. Quem pode dizer que, na história do mundo, Deus nunca causou um membro a se regenerar? Dizer: "Eu não tenho nenhuma evidência empírica de que os membros possam se regenerar e, portanto, nenhum amputado jamais foi curado na história mundial" é o mesmo que dizer "eu não tenho nenhuma evidência empírica de que os coelhos vivem em meu quintal e, portanto, nenhum coelho jamais viveu aqui." É uma conclusão que simplesmente não pode ser tirada. Além disso, temos o registro histórico de Jesus curando os leprosos, alguns dos quais podemos assumir tinham perdido dígitos ou características faciais. Em cada caso, os leprosos foram restaurados por completo (Marcos 1:40-42, Lucas 17:12-14). Além disso, há o caso de um homem com a mão atrofiada (Mateus 12:9-13) e a restauração da orelha decepada de Malco (Lucas 22:50-51), sem mencionar o fato de que Jesus ressuscitou os mortos (Mateus 11:5; João 11), o que, inegavelmente, seria ainda mais difícil do que a cura de um amputado.

Suposição 2: A bondade e o amor de Deus requerem que Ele cure todos. Doença, sofrimento e dor são o resultado de vivermos em um mundo amaldiçoado - amaldiçoado por causa do nosso pecado (Gênesis 3:16-19, Romanos 8:20-22). A bondade e o amor de Deus o levaram a fornecer um Salvador para nos redimir da maldição (1 João 4:9-10), mas a nossa redenção final não será realizada até que Deus tenha dado um fim ao pecado no mundo. Até aquele momento, ainda estamos sujeitos à morte física.

Se o amor de Deus exigisse que Ele curasse todas as doenças e enfermidades, então ninguém jamais iria morrer - porque o "amor" manteria todos em perfeita saúde. A definição bíblica do amor é "uma busca sacrificial do que é melhor para o ser amado." O que é melhor para nós nem sempre é a integridade física. O apóstolo Paulo orou para que seu "espinho na carne" fosse removido, mas Deus disse "Não" porque Ele queria que Paulo entendesse que ele não precisava ter boa saúde para experimentar a graça sustentadora de Deus. Através dessa experiência, Paulo cresceu em humildade e na compreensão da misericórdia e do poder de Deus (2 Coríntios 12:7-10).

O testemunho de Joni Eareckson Tada fornece um exemplo moderno do que Deus pode fazer através da tragédia física. Como uma adolescente, Joni sofreu um acidente de mergulho que a deixou tetraplégica. Em seu livro Joni, ela relata como visitou curandeiros muitas vezes e orou desesperadamente, mas a cura nunca veio. Finalmente, ela aceitou a sua condição como a vontade de Deus, e escreve: "Quanto mais penso nisso, mais estou convencida de que Deus não quer que todo mundo seja sadio. Ele usa os nossos problemas para a Sua glória e nosso bem" (p 190).

Suposição 3: Deus ainda faz milagres hoje assim como fez no passado. Nos milhares de anos de história cobertos pela Bíblia, encontramos apenas quatro curtos períodos de tempo em que os milagres foram amplamente executados (o período do Êxodo, o tempo dos profetas Elias e Eliseu, o ministério de Jesus e o tempo da apóstolos). Embora milagres tenham ocorrido em toda a Bíblia, foi apenas durante estes quatro períodos que os milagres eram "comuns".

O tempo dos apóstolos terminou com a escrita do Apocalipse e a morte de João. Isso significa que agora, mais uma vez, os milagres são raros. Qualquer ministério que afirme ser liderado por uma nova raça de apóstolos ou alegue possuir a capacidade de curar está enganando as pessoas. Os "curandeiros" se utilizam das emoções e do poder da sugestão para produzir inverificáveis "curas". Isso não quer dizer que Deus não cure as pessoas hoje em dia - acreditamos que Ele o faça- mas não nos números ou na maneira em que algumas pessoas afirmam.

Voltamo-nos novamente para a história de Joni Eareckson Tada, a qual em certo tempo procurou a ajuda de curandeiros. Sobre a questão dos milagres modernos, ela diz: "O lidar do homem com Deus em nossos dias e cultura é baseado em Sua Palavra, em vez de 'sinais e maravilhas'" (op cit., p. 190). Sua graça é suficiente, e Sua Palavra é certa.

Suposição 4: Deus é obrigado a dizer "sim" a qualquer oração feita em fé. Jesus disse: "Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai. E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei" (João 14:12-14). Alguns tentaram interpretar esta passagem como Jesus concordando com tudo o que pedirmos. No entanto, isso é uma má interpretação da intenção de Jesus. Observe, em primeiro lugar, que Jesus está falando com seus apóstolos e a promessa é para eles. Após a ascensão de Jesus, os apóstolos receberam o poder de fazer milagres ao espalharem o evangelho (Atos 5:12). Em segundo lugar, Jesus usa duas vezes a frase "em Meu nome". Isso indica a base para as orações dos apóstolos, mas também implica que tudo pelo que eles oraram deveria estar em consonância com a vontade de Jesus. Não se pode dizer que uma oração egoísta, por exemplo, ou uma motivada pela ganância possa ser feita no nome de Jesus.

Oramos com fé, mas a fé significa que confiamos em Deus. Confiamos que Ele fará o que é melhor e sabe o que é melhor. Quando consideramos todos os ensinamentos da Bíblia sobre a oração (e não apenas a promessa dada aos Apóstolos), aprendemos que Deus pode exercer seu poder em resposta à nossa oração, ou Ele pode surpreender-nos com um curso de ação diferente. Em Sua sabedoria, Ele sempre faz o que é melhor (Romanos 8:28).

Suposição 5: A cura futura de Deus (na ressurreição) não pode compensar pelo sofrimento terreno. A verdade é que "os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós" (Romanos 8:18). Quando um crente perde uma perna ou um braço, ele tem a promessa de Deus da cura futura e a fé é "a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem" (Hebreus 11:1). Jesus disse: "Portanto, se a tua mão ou o teu pé te faz tropeçar, corta-o e lança-o fora de ti; melhor é entrares na vida manco ou aleijado do que, tendo duas mãos ou dois pés, seres lançado no fogo eterno" (Mateus 18:8). Suas palavras confirmam a importância relativa da nossa condição física neste mundo, em comparação com o nosso estado eterno. Entrar na vida mutilado (e, em seguida, ser curado) é infinitamente melhor do que entrar inteiro no inferno (para sofrer por toda a eternidade).

Suposição 6: O plano de Deus está sujeito à aprovação do homem. Uma das alegações do argumento sobre "por que Deus não cura amputados" é que Deus simplesmente não é "justo" com os amputados. No entanto, a Bíblia deixa claro que Deus é perfeitamente justo (Salmo 11:7, 2 Tessalonicenses 1:5-6) e na Sua soberania Ele não responde a ninguém (Romanos 9:20-21). Um crente tem fé na bondade de Deus, mesmo quando as circunstâncias tornam isso difícil e a razão parece hesitar.

Suposição 7: Deus não existe. Este é o pressuposto subjacente sobre o qual todo o argumento "por que Deus não cura amputados" se baseia. Aqueles que defendem essa posição começa com a suposição de que Deus não existe e, em seguida, procede a reforçar a sua ideia da melhor forma possível. Para eles, "a religião é um mito" é uma conclusão antecedente, apresentada como uma dedução lógica, mas que é, na realidade, fundamental para o argumento.

Em certo sentido, a questão de por que Deus não cura os amputados é uma pergunta capciosa, comparável a "Pode Deus fazer uma pedra grande demais para Ele levantar?" e é projetada não para procurar a verdade, mas para desacreditar a fé. Em outro sentido, pode ser uma pergunta válida com uma resposta bíblica. Essa resposta, em suma, seria mais ou menos assim: "Deus pode curar os amputados e curará cada um dos que confiarem em Cristo como Salvador. A cura virá, não como resultado de exigirmos agora, mas no próprio tempo de Deus , possivelmente nesta vida, mas definitivamente no céu. Até esse momento, andamos por fé, confiando no Deus que nos redimiu em Cristo e promete a ressurreição do corpo".

Um testemunho pessoal:
Nosso primeiro filho nasceu com alguns ossos faltando nas suas pernas e seus pés e ele só tinha dois dedos. Dois dias depois do seu primeiro aniversário, ele teve os dois pés amputados. Estamos agora pensando em adotar uma criança da China que precisaria de uma cirurgia semelhante por ter problemas semelhantes. Sinto que Deus me escolheu para ser uma mãe muito especial para estas crianças especiais, e eu não tinha a menor ideia, até ler sobre esse tópico (de por que Deus não cura os amputados), de que as pessoas usavam isso como uma razão para duvidar da existência de Deus. Como a mãe de uma criança sem pés e a mãe potencial de outra criança que também não terá alguns de seus membros inferiores, eu nunca tinha enxergado isso com essa luz.

Em vez disso, vi a Sua chamada em minha vida para ser uma mãe especial como uma forma de ensinar a outros das bênçãos de Deus. Ele também está me chamando para dar a essas crianças a oportunidade de serem adicionadas a uma família cristã que vai ensiná-las a amar o Senhor em sua maneira especial e entender que podemos superar todas as coisas através de Cristo. Alguns podem achar isso uma pedra de tropeço; achamos uma experiência de aprendizagem e desafio. Também agradecemos a Ele por dar a alguém o conhecimento para realizar as cirurgias necessárias e fazer as próteses necessárias que permitem que o meu filho, e espero que nosso próximo filho, sejam capazes de andar, correr, pular e viver para glorificar a Deus em todas as coisas. "Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito" (Romanos 8:28).

Quais são os perigos do pós-modernismo?

Em termos simples, o pós-modernismo é uma filosofia que afirma que não existe nenhuma verdade objetiva ou absoluta, especialmente em questões de religião e espiritualidade. Quando confrontado com uma afirmação verídica sobre a realidade de Deus e prática religiosa, o ponto de vista do pós-modernismo é exemplificado na declaração "que algo pode ser verdade para você, mas não para mim." Embora tal resposta seja completamente apropriada quando se fala de comidas favoritas ou preferências artísticas, tal mentalidade é perigosa quando aplicada à realidade porque confunde questões de opinião com questões de verdade.

O termo "pós-modernismo" significa literalmente "após o modernismo" e é usado para descrever filosoficamente a era atual, a qual veio depois do modernismo. O pós-modernismo é uma reação (ou talvez mais apropriadamente, uma resposta desiludida) à falha promessa do modernismo de usar apenas a razão humana para melhorar a humanidade e o mundo. Porque uma das crenças do modernismo era a de que absolutos não existem, o pós-modernismo procura "corrigir" as coisas através de eliminar primeiramente a verdade absoluta e tornar tudo (inclusive a religião e ciências empíricas) relativo às crenças e desejos de um indivíduo.

Os perigos do pós-modernismo podem ser vistos como uma espiral descendente que começa com a rejeição da verdade absoluta, o que leva a uma perda de distinções em questões de religião e fé, e culmina em uma filosofia do pluralismo religioso que diz que nenhuma fé ou religião é objetivamente verdadeira e, portanto, ninguém pode afirmar que a sua religião é verdadeira e a outra é falsa.

Perigos do Pós-modernismo - # 1 - Verdade Relativa
A posição do pós-modernismo quanto à verdade relativa é a consequência de muitas gerações de pensamento filosófico. De Agostinho à Reforma, os aspectos intelectuais da civilização ocidental e o conceito de verdade foram dominados pelos teólogos. No entanto, com o Renascimento dos séculos XIV - XVII, os pensadores começaram a elevar a humanidade ao centro da realidade. Se olhássemos os períodos da história como uma árvore genealógica, o Renascimento seria a avó do modernismo e o Iluminismo seria a sua mãe. A afirmação "Penso, logo existo" de Renée Descartes personificava o início da época. Deus não era mais o centro da verdade - o homem era.

O Iluminismo foi, de certa forma, a imposição completa do modelo científico de racionalidade sobre todos os aspectos da verdade. Alegou que somente os dados científicos podiam ser objetivamente entendidos, definidos e defendidos. A verdade como pertencia à religião foi descartada. O filósofo que contribuiu à ideia da verdade relativa foi o prussiano Immanuel Kant e sua obra A Crítica da Razão Pura, que apareceu em 1781. Kant argumentou que o verdadeiro conhecimento de Deus era impossível, por isso ele criou uma divisão de conhecimentos entre "fatos" e "fé". Segundo Kant, "Os fatos não têm nada a ver com religião." O resultado foi que os assuntos espirituais foram atribuídos ao reino da opinião e apenas as ciências empíricas tinham a autoridade de falar a verdade. Enquanto o modernismo acreditava em verdades absolutas na ciência, a revelação especial de Deus (a Bíblia) foi expulsa do reino da verdade e da certeza. Do modernismo vieram o pós-modernismo e as ideias de Frederick Nietzsche. Como o santo patrono da filosofia pós-moderna, Nietzsche se apegou ao "perspectivismo", que diz que todo o conhecimento (incluindo a ciência) é uma questão de perspectiva e interpretação. Muitos outros filósofos têm construído sobre a obra de Nietzsche (por exemplo, Foucault, Rorty e Lyotard) e compartilharam a sua rejeição de Deus e da religião em geral. Eles também rejeitaram qualquer sugestão de verdade absoluta ou, como Lyotard disse, a rejeição de uma metanarrativa (uma verdade que transcende todos os povos e culturas). Esta guerra filosófica contra a verdade objetiva resultou no pós-modernismo sendo completamente avesso a qualquer reivindicação de absolutos. Tal mentalidade naturalmente rejeita qualquer coisa que declare ser a verdade infalível, como a Bíblia.

Perigos do Pós-Modernismo - # 2 - Perda de Discernimento
O grande teólogo Tomás de Aquino disse: "É a tarefa do filósofo fazer distinções." O que Aquino quis dizer é que a verdade depende da capacidade de discernir - da capacidade de diferenciar "isso" e "aquilo" no domínio do conhecimento . No entanto, se a verdade objetiva e absoluta não existe, então tudo se torna uma questão de interpretação pessoal. Para o pensador pós-moderno, o autor de um livro não possui a correta interpretação de sua obra; é o leitor quem realmente determina o que o livro significa - um processo chamado de desconstrução. Além disso, já que há vários leitores (ao invés de um só um autor), existem naturalmente diversas interpretações válidas.

Tal situação caótica torna impossível fazer distinções significativas ou duradouras entre interpretações diferentes porque não existe um padrão que possa ser usado. Isso se aplica especialmente a questões de fé e religião. Tentar fazer distinções adequadas e significativas na área da religião não é mais significativo do que discutir que o chocolate tem um sabor melhor do que baunilha. O pós-modernismo diz que é impossível julgar objetivamente entre reivindicações concorrentes sobre a verdade.

Perigos do Pós-Modernismo - # 3 – Pluralismo
Se a verdade absoluta não existe, e se não houver nenhuma maneira de fazer distinções significativas entre o certo e errado dos diferentes credos e religiões, então a conclusão natural é de que todas as crenças devem ser consideradas igualmente válidas. O termo apropriado para este comportamento do pós-modernismo é "pluralismo filosófico." Com o pluralismo, nenhuma religião tem o direito de pronunciar a si mesma verdadeira e as outras religiões concorrentes falsas ou até inferiores. Para aqueles que defendem o pluralismo religioso filosófico, não existe mais nenhuma heresia, exceto talvez a visão de que há heresias. D.A. Carson reforça as preocupações do evangelicalismo conservador sobre o que considera ser o perigo do pluralismo: "No meu humor mais sombrio, às vezes me pergunto se a cara feia do que chamo de pluralismo filosófico é a mais perigosa ameaça ao evangelho desde o surgimento da heresia gnóstica no segundo século".

Estes perigos progressistas do pós-modernismo - a verdade relativa, uma perda de discernimento e o pluralismo filosófico - representam ameaças ao Cristianismo porque coletivamente desprezam a Palavra de Deus como algo que não tem autoridade real sobre a humanidade e sem capacidade de mostrar-se verdadeira em um mundo de religiões concorrentes. Qual é a resposta do Cristianismo a esses desafios?

Resposta aos Perigos do Pós-modernismo
O Cristianismo afirma ser absolutamente verdadeiro, que existem diferenças significativas em questões de certo / errado (assim como a verdade e falsidade espiritual), e que para ser correto em suas afirmações sobre Deus, todas as reivindicações contrárias das religiões concorrentes devem estar incorretas. Tal postura provoca gritos de "arrogância" e "intolerância" do pós-modernismo. No entanto, a verdade não é uma questão de atitude ou preferência, e quando analisada de perto, as bases do pós-modernismo desmoronam rapidamente, revelando que as reivindicações do Cristianismo são plausíveis e convincentes.

Em primeiro lugar, o Cristianismo afirma que a verdade absoluta existe. Na verdade, Jesus diz especificamente que foi enviado para fazer uma coisa: "Dar testemunho da verdade" (João 18:37). O pós-modernismo diz que nenhuma verdade deve ser afirmada, mas a sua posição é auto-destrutiva - ele afirma pelo menos uma verdade absoluta: a de que nenhuma verdade deve ser afirmada. Isso significa que o pós-modernismo acredita na verdade absoluta. Os seus filósofos escrevem livros afirmando coisas que esperam que seus leitores abracem como verdade. Colocando em termos simples, um professor disse: "Quando alguém diz que não há tal coisa como verdade, eles estão pedindo-lhe para não acreditar neles, então não acredite."

Em segundo lugar, o Cristianismo afirma que existem diferenças significativas entre a fé cristã e todas as outras crenças. Deve ser entendido que os que afirmam que distinções significativas não existem estão, na verdade, fazendo uma distinção. Estão tentando mostrar uma diferença entre o que eles acreditam ser verdade e o que o cristão acredita. Autores pós-modernos esperam que os seus leitores cheguem às conclusões certas sobre o que escreveram e corrigirão aqueles que interpretam o seu trabalho de forma diferente. Mais uma vez, a sua posição e filosofia revelam que o pós-modernismo é auto-destrutivo porque ansiosamente fazem distinções entre o que acreditam ser correto e o que veem como sendo falso.

Finalmente, o Cristianismo afirma ser uma verdade universal no que diz respeito à condição perdida do homem diante de Deus, ao sacrifício de Cristo em favor da humanidade caída e à separação entre Deus e quem opta por não aceitar o que Deus diz sobre o pecado e a necessidade de arrependimento. Quando Paulo dirigiu-se aos filósofos estoicos e epicuristas na reunião do Areópago, ele disse: "Ora, não levou Deus em conta os tempos da ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam" (Atos 17:30). A declaração de Paulo não era "isto é verdade para mim, mas pode não ser verdade para você"; ao contrário, era um comando exclusivo e universal (ou seja, uma metanarrativa) de Deus para todos. Qualquer pós-modernista que diga que Paulo está errado está cometendo um erro contra a sua própria filosofia pluralista, a qual afirma que nenhuma fé ou religião está incorreta. Mais uma vez, o pós-modernista viola a sua própria visão de que toda religião é igualmente verdadeira.

Assim como não é arrogante quando um professor de matemática insiste que 2 +2 = 4 ou quando um serralheiro insiste que apenas uma chave se encaixará na porta trancada, não é arrogante que o cristão se erga contra o pensamento pós-moderno e insista que o Cristianismo é verdadeiro e qualquer coisa que se oponha a ele é falsa. A verdade absoluta existe, assim como existem consequências de estar errado. Embora o pluralismo seja até desejável em matéria de preferências alimentares, não é útil em questões sobre o certo e errado. O cristão deve apresentar a verdade de Deus em amor e simplesmente perguntar a qualquer pós-modernista irritado com as reivindicações exclusivistas do Cristianismo: "Tornei-me inimigo de vocês por lhes dizer a verdade?" (Gálatas 4:16).

Existe alguma prova conclusiva da existência de Deus?

A resposta a esta pergunta depende muito do que se entende por prova "conclusiva". Podemos alcançar e tocar Deus ou vê-lo da mesma forma que tocamos e vemos as pessoas? Não. No entanto, há inúmeras maneiras em que se pode saber com certeza que Deus existe, que Ele é real e é quem diz ser. Vamos examinar brevemente três meios de provar a Sua existência usando a ciência e a Bíblia.

1. A Lei de Causa e Efeito. Esta lei da ciência afirma que toda causa tem o seu efeito e todo efeito tem a sua causa. Esta lei é a base de toda a ciência. Como tal, esta lei tem uma relação com a origem dos céus e da terra. Na verdade, os cientistas concordam que o universo não tem existido sempre, que teve um início em algum ponto no tempo.

A teoria da relatividade, que é quase universalmente aceita entre os cientistas, tem certas implicações para essa Lei de Causa e Efeito. Uma delas é que o universo, definido como tempo, espaço, matéria e energia física, teve um começo, ou seja, não é eterno. E é através das equações de Einstein que os cientistas podem traçar o desenvolvimento do universo de volta à sua própria origem, de volta para o que é chamado de "evento da singularidade", quando ele realmente veio a existir. A ciência já provou que o universo realmente teve um começo. Isto significa que se o universo teve um ponto de partida na história, então, obviamente, começou a existir, e deve ter uma causa para a sua existência.

Portanto, se o universo precisa de uma causa para passar a existir, então essa causa deve ser além do universo - que é o tempo, espaço, matéria e energia física. Essa causa deve ser algo parecido com o que os cristãos chamam de "Deus". Até mesmo Richard Dawkins, provavelmente o mais proeminente defensor do ateísmo no nosso tempo, admitiu em um artigo da revista Time que "pode haver algo incrivelmente grande, incompreensível e além do nosso presente entendimento." Sim, e isso é Deus!

Podemos resumir da melhor forma esta evidência cosmológica com as seguintes afirmações:

(1) Tudo que começa a existir tem uma causa para a sua existência.

(2) O universo começou a existir.

(3) Portanto, o universo deve ter uma causa para a sua existência.

(4) Os atributos da causa do universo (eterno, existente além do espaço e assim por diante) são os atributos de Deus.

(5) Por isso, a causa do universo deve ser Deus (Gênesis 1:1).

2. A Lei da Teleologia. A Teleologia é o estudo do projeto ou propósito em fenômenos naturais. Esta lei da ciência essencialmente significa que quando um objeto reflete um propósito, objetivo ou projeto, ele deve ter tido um designer. Simplificando, as coisas não projetam a si mesmas. Isso também vale para as coisas do universo, o que prova que ele teve que ter um Designer.

Por exemplo, a órbita da terra ao redor do sol parte de uma linha reta por apenas um nono de uma polegada a cada 18 milhas - uma linha muito reta em termos humanos. Se a órbita se alterasse por um décimo de uma polegada a cada 18 milhas, seria muito maior e todos nós nos congelaríamos até a morte. Se mudasse um oitavo de uma polegada, seríamos incinerados. O sol está queimando em aproximadamente 20 milhões graus Celsius no seu interior. Se a terra fosse 10% mais longe, em breve congelaríamos até a morte. Se viesse 10% mais perto, seríamos reduzidos a cinzas. Devemos acreditar que tal precisão "simplesmente aconteceu"? Pense nisso: o sol está a 93 milhões de milhas da Terra, o que é, na verdade, a distância perfeita. Isso aconteceu por acaso ou por design? Não é de admirar que o salmista alude a Deus como o grande designer: "Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos. Principia numa extremidade dos céus, e até à outra vai o seu percurso; e nada refoge ao seu calor" (Salmos 19:1, 6).

3. As leis da Probabilidade e Profecia cumprida. Há 1.093 profecias da Bíblia que se referem a Jesus e Sua Igreja, e cada uma dessas profecias foi cumprida! O Antigo Testamento contém 48 profecias que dizem respeito à crucificação de Jesus. Ao aplicar as leis da probabilidade para calcular as chances de vários acontecimentos ocorrendo ao, ou perto do, mesmo tempo, todas as probabilidades devem ser multiplicadas em conjunto. Por exemplo, se a chance de um único evento ocorrer aleatoriamente for uma chance em 5, e a probabilidade de um evento separado ocorrer for uma chance em 10, então a probabilidade de que ambos os eventos irão ocorrer em conjunto ou em sequência é de 1 em 5 multiplicada por 1 em 10, o que produz 1 em 50.

Ao considerar o fato de que vários profetas diferentes, que viviam em comunidades separadas, ao longo de um período de 1.000 anos, fizeram previsões de Cristo 500 anos antes do Seu nascimento, as probabilidades contra essas profecias se tornando realidade simplesmente vão muito além da nossa compreensão. Por exemplo, as chances de um homem (Jesus) cumprindo apenas oito das profecias atribuídas a Ele são uma em cada 10 à 17ª potência (que é o número 1 com 17 zeros).

Considere o seguinte: imagine cobrir todo o estado do Texas com dólares de prata a um nível de 60 cm de profundidade. O número de moedas de prata necessárias para cobrir todo o estado seria 10 à 17ª potência. Marque um dólar de prata com um "X" e deixe-o cair de um avião. Em seguida, misture bem todos os dólares de prata em todo o estado. Então, coloque um homem de olhos vendados e diga que ele pode viajar para onde desejar no estado do Texas. Então, em algum lugar ao longo do caminho, ele deve parar e apanhar um dólar de prata que foi marcado com o "X." Quais são as chances de conseguir fazer isso? A mesma chance que os profetas tinham de oito de suas profecias se cumprirem em um único homem no futuro.

A Bíblia, com todas as suas profecias cumpridas, prova a existência de Deus. Através da lei da probabilidade e das chances matemáticas de profecia sendo cumprida, podemos saber com certeza que houve um Designer divino e Autor da Bíblia, o mesmo que trouxe o universo à existência. "Se disseres no teu coração: Como conhecerei a palavra que o SENHOR não falou? Sabe que, quando esse profeta falar em nome do SENHOR, e a palavra dele se não cumprir, nem suceder, como profetizou, esta é palavra que o SENHOR não disse; com soberba, a falou o tal profeta; não tenhas temor dele" (Deuteronômio 18:21-22).

Finalmente, Deus, o Criador do universo e Autor da nossa salvação, nos diz: "Lembrai-vos das coisas passadas da antiguidade: que eu sou Deus, e não há outro, eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim; que desde o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade" (Isaías 46:9-10).

A religião é a causa da maioria das guerras?

Com certeza muitos conflitos ao longo da história têm sido ostensivamente por motivos religiosos, com muitas religiões diferentes envolvidas. Por exemplo, no Cristianismo, tem havido (só para citar algumas):

• As Cruzadas - Uma série de campanhas entre os séculos XI e XIII, com o objetivo declarado de reconquistar a Terra Santa dos invasores muçulmanos e vir em auxílio do Império Bizantino.

• As Guerras Religiosas Francesas - Uma sucessão de guerras na França durante o século 16 entre os católicos e os protestantes huguenotes.

• A Guerra dos Trinta Anos - Outra guerra entre católicos e protestantes durante o século 17 no território que é hoje a Alemanha.

Esta lista não é de forma alguma exaustiva. Além disso, pode-se adicionar a Rebelião Taiping e o Conflito da Irlanda do Norte. O Cristianismo tem certamente sido um fator em muitos conflitos ao longo de sua história de 2.000 anos.

No Islã, vemos o conceito de jihad, ou "guerra santa." A palavra jihad significa, literalmente, "luta", mas o conceito tem sido usado para descrever a guerra na expansão e defesa do território islâmico. A guerra quase contínua no Oriente Médio ao longo do último meio século certamente tem contribuído para a ideia de que a religião é a causa de muitas guerras. Os ataques de 11 de setembro nos Estados Unidos têm sido vistos como uma jihad contra o "Grande Satã" América, que, aos olhos muçulmanos, é quase sinônimo do Cristianismo. No Judaísmo, as guerras de conquista narradas no Antigo Testamento (em especial o livro de Josué), sob o comando de Deus, conquistaram a Terra Prometida.

O ponto é bem óbvio de que a religião tem certamente exercido um papel significativo em grande parte do combate na história humana. No entanto, isso prova a afirmação feita pelos críticos da religião de que a própria religião é a causa da guerra? A resposta é "sim" e "não". "Sim" no sentido de que, como uma causa secundária, a religião, pelo menos na superfície, tem sido o ímpeto por trás de muitos conflitos. No entanto, a resposta é "não" no sentido de que a religião não é a causa principal da guerra.

Para demonstrar isso, vamos examinar o século 20. De acordo com todos os registros, o século 20 foi um dos séculos mais sangrentos da história da humanidade. Duas grandes guerras mundiais, que nada tinham a ver com a religião, o Holocausto judeu e as revoluções comunistas na Rússia, China, Sudeste da Ásia e Cuba, foram responsáveis por cerca de 50-70 milhões de mortes (alguns estimam bem perto de 100 milhões). A única coisa que esses conflitos e genocídios têm em comum é o fato de que eram de natureza ideológica e não religiosa. Poderíamos facilmente argumentar que mais pessoas morreram ao longo da história humana devido à ideologia do que à religião. A ideologia comunista exige governar sobre os outros. A ideologia nazista exige a eliminação de raças "inferiores". Essas duas ideologias, quando combinadas, são responsáveis pela morte de milhões de pessoas e a religião não tem nada a ver. Na verdade, o comunismo é, por definição, uma ideologia ateísta.

A religião e ideologia são as duas causas secundárias para a guerra. No entanto, a principal causa para toda guerra é o pecado. Considere as seguintes passagens:

“De onde procedem guerras e contendas que há entre vós? De onde, senão dos prazeres que militam na vossa carne? Cobiçais e nada tendes; matais, e invejais, e nada podeis obter; viveis a lutar e a fazer guerras. Nada tendes, porque não pedis; pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres” (Tiago 4:1-3).

“Porque do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias” (Mateus 15:19).

“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” (Jeremias 17:9).

“Viu o SENHOR que a maldade do homem se havia multiplicado na terra e que era continuamente mau todo desígnio do seu coração” (Gênesis 6:5).

Qual é o testemunho da Escritura quanto à principal causa da guerra? É os nossos corações maus. A religião e ideologia são simplesmente os meios através dos quais exercitamos a maldade em nossos corações. Pensar, como muitos ateus sinceros fazem, que se pudermos de alguma forma retirar a nossa "nada prática necessidade para a religião", poderemos de alguma forma criar uma sociedade mais pacífica, é ter uma visão equivocada da natureza humana. O testemunho da história humana é que se removermos a religião, outra coisa tomará o seu lugar, e esse algo nunca é positivo. A realidade é que a verdadeira religião mantém a humanidade caída em certa ordem; sem ela, a maldade e o pecado reinariam de modo supremo.

Mesmo com a influência da verdadeira religião, o Cristianismo, nunca teremos paz na era atual. Nunca há um dia sem algum conflito em algum lugar do mundo. A única cura para a guerra é o Príncipe da Paz, Jesus Cristo! Quando Cristo retornar assim como prometeu, Ele vai dar um fim a essa era atual e estabelecer a paz eterna:

“Ele julgará entre os povos e corrigirá muitas nações; estas converterão as suas espadas em relhas de arados e suas lanças, em podadeiras; uma nação não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra” (Isaías 2:4).

Como deve um cristão enxergar o socialismo cristão?

A maioria dos filósofos ao longo dos séculos têm acreditado que a história é moldada por ideias, pela busca da realidade atual ou pela razão humana. Entretanto, há um filósofo famoso que, ao contrário, argumentou que o fator motriz por trás de toda a história humana é a economia. Karl Marx nasceu de pais judeus alemães em 1818 e recebeu o seu doutorado aos 23 anos. Ele então embarcou em uma missão para provar que a identidade humana está ligada ao seu trabalho e que os sistemas econômicos totalmente controlam uma pessoa. Argumentando que é por seu trabalho que a humanidade sobrevive, Marx acreditava que as comunidades humanas eram criadas pela divisão do trabalho.

Marx estudou história e concluiu que a sociedade tinha por centenas de anos se baseado na agricultura. No entanto, a Revolução Industrial mudou tudo isso, na mente de Marx, porque quem tinha trabalhado livremente para eles mesmos agora eram forçados pela economia para trabalhar nas fábricas. Isto, Marx achou, arrancou a sua dignidade e identidade porque o seu trabalho definia quem eram, e agora foram reduzidos a meros escravos controlados por um tirano poderoso. Esta perspectiva fez com que a economia do capitalismo fosse o inimigo natural de Marx.

Marx concluiu que o capitalismo enfatizava a propriedade privada e, portanto, reduzia o direito de propriedade a poucos privilegiados. Duas "comunidades" separadas surgiram na mente de Marx: os empresários, ou burguesia, e a classe trabalhadora ou proletariado. De acordo com Marx, a burguesia usa e explora o proletariado, resultando no ganho de uma pessoa sendo a perda de outra. Além disso, Marx acreditava que os empresários influenciavam os legisladores a garantir que seus interesses fossem defendidos através da perda da dignidade e direitos dos trabalhadores. Por último, Marx achava que a religião era o "ópio do povo", sendo usada pelos ricos para manipular a classe operária; o proletariado recebe promessas de recompensas no céu um dia se continuarem trabalhando diligentemente onde Deus os colocou (subservientes à burguesia).

Na utopia terrena que Marx imaginou, as pessoas coletivamente possuem tudo e todos trabalham para o bem comum da humanidade. O objetivo de Marx era acabar com a propriedade privada através da posse do estado de todos os meios de produção econômica. Quando a propriedade privada fosse abolida, Marx achava que a identidade de uma pessoa seria elevada e a parede que o capitalismo supostamente construía entre os proprietários e a classe trabalhadora seria destruída. Todo valorizariam uns aos outros e trabalhariam juntos por um propósito comum.

Há pelo menos quatro erros no pensamento de Marx. Em primeiro lugar, a sua afirmação de que o ganho de outra pessoa deve vir à custa de outra pessoa é um mito; a estrutura do capitalismo deixa bastante espaço para que todos possam elevar o seu padrão de vida por meio da inovação e competição. É perfeitamente viável que várias partes compitam e se deem bem em um mercado de consumidores que querem os seus bens e serviços.

Em segundo lugar, Marx estava errado em sua crença de que o valor de um produto é baseado na quantidade de trabalho nele colocado. A qualidade de um bem ou serviço simplesmente não pode ser determinada pela quantidade de esforço que um trabalhador gasta. Por exemplo, um mestre carpinteiro pode mais rapidamente e habilmente fazer uma peça de mobiliário do que artesãos não qualificados e, portanto, o seu trabalho será muito mais valorizado (como deve ser) em um sistema econômico como o capitalismo.

Em terceiro lugar, a teoria de Marx necessita de um governo livre de corrupção e nega a possibilidade de elitismo entre as suas classes. A história tem mostrado que o poder corrompe a humanidade decaída, e que o poder absoluto corrompe absolutamente. Uma nação ou governo pode matar a ideia de Deus, mas alguém vai tomar o lugar de Deus. Esse alguém é mais frequentemente um indivíduo ou grupo que começa a governar a população e procura manter a sua posição privilegiada a todo custo.

Em quarto e mais importante lugar, Marx estava errado em afirmar que a identidade de uma pessoa estava ligada ao trabalho que faz. Embora a sociedade secular certamente force essa crença em quase todo o mundo, a Bíblia diz que todos têm igual valor por serem criados à imagem do Deus eterno. Aí é onde se encontra o verdadeiro valor humano intrínseco.

Marx estava certo? É a economia o catalisador que impulsiona a história humana? Não, o que dirige a história humana é o Criador do universo que controla tudo, incluindo a ascensão e queda de cada nação. Além disso, Deus também controla quem ocupa a posição de liderança de cada nação, como diz a Escritura: "o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens; e o dá a quem quer e até ao mais humilde dos homens constitui sobre eles" (Daniel 4 : 17). Além disso, é Deus quem dá a habilidade a uma pessoa e a riqueza que vem dela, e não o governo: "Eis o que eu vi: boa e bela coisa é comer e beber e gozar cada um do bem de todo o seu trabalho, com que se afadigou debaixo do sol, durante os poucos dias da vida que Deus lhe deu; porque esta é a sua porção. Quanto ao homem a quem Deus conferiu riquezas e bens e lhe deu poder para deles comer, e receber a sua porção, e gozar do seu trabalho, isto é dom de Deus" (Eclesiastes 5:18-19).

O que é um infiel?

A palavra infiel significa simplesmente "sem fé" ou "contra a fé". Um infiel é uma pessoa que rejeita a religião. Mais popular, porém, o termo infiel tem sido ligado a um site (em inglês) que ataca a fé cristã - infidels.org. Infiéis da Internet, que também atende pelo nome Web Secular, é um dos principais sites para ateus e naturalistas na internet. Seu objetivo declarado é o de defender e promover uma visão naturalista do mundo. O apologista cristão JP Holding declarou: "A Web Secular tem algumas pessoas inteligentes, mas no geral tem sido um paraíso para os céticos metidos a ‘sabem-tudo’ que fazem afirmações sobre assuntos fora de sua competência."

O objetivo deste artigo não é fornecer uma refutação detalhada de todas as questões que os Infiéis da Internet apresentam. Pelo contrário, o objetivo é apontar apenas algumas das múltiplas falácias por trás desse site.

O que é um infiel? - Negando a existência de Jesus
Entre as reivindicações dos Infiéis da Internet encontra-se a tese de que Jesus nunca existiu, uma hipótese que há muito tempo girava em torno da pesquisa acadêmica do Novo Testamento, mas que nunca foi capaz de atrair o apoio de um conjunto significativo de estudiosos. Marshall J. Gauvin, em seu artigo "Será que Jesus Cristo realmente viveu?", afirma categoricamente que "milagres não acontecem. As histórias de milagres são falsas. Portanto, documentos em que narrativas milagrosas se entrelaçam com fatos reputados não são confiáveis, pois aquele que inventou o elemento miraculoso poderia facilmente ter inventado a parte natural." Se é para fazer valer uma visão naturalista do mundo ao afirmar que os milagres são impossíveis, então pode-se facilmente tentar provar uma cosmovisão teísta ao assumir a existência de Deus. De qualquer forma, o argumento é auto-refutável.

A incompetência e incompreensão total por parte de Gauvin das questões em mão são ainda ilustradas no seguinte parágrafo:

Na teoria de que Cristo foi crucificado, como vamos explicar o fato de que durante os primeiros oito séculos da evolução do Cristianismo, a arte cristã representou um cordeiro, e não um homem, sofrendo na cruz para a salvação do mundo? Nem as pinturas nas catacumbas, nem as esculturas em túmulos cristãos, retrataram uma figura humana na cruz. Sempre um cordeiro foi mostrado como o símbolo cristão - um cordeiro carregando uma cruz, um cordeiro ao pé de uma cruz, um cordeiro em uma cruz. Algumas figuras mostraram o cordeiro com uma cabeça, ombros e braços humanos, segurando uma cruz em suas mãos - o cordeiro de Deus no processo de assumir a forma humana - o mito da crucificação tornando-se realista. No final do século VIII, o Papa Adriano I, confirmando o decreto do sexto Sínodo de Constantinopla, ordenou que, daquele ponto em diante, a figura de um homem deveria tomar o lugar do cordeiro sobre a cruz. O Cristianismo levou 800 anos para desenvolver o símbolo do seu Salvador sofredor. Por 800 anos, o Cristo na cruz era um cordeiro. No entanto, se Cristo realmente foi crucificado, por que o seu lugar na cruz por tanto tempo foi usurpado por um cordeiro? À luz da história e da razão, e tendo em vista um cordeiro na cruz, por que deveríamos acreditar na crucificação?
Argumentos como esse nem merecem um comentário para o cristão que tem pelo menos um simples conhecimento básico de sua Bíblia. Gauvin nem sequer aborda o ícone do cordeiro pascal do Cristianismo; certamente vale à pena pelo menos mencionar?

Vamos nos concentrar principalmente em três pontos levantados pelos artigos dos Infiéis da Internet: a falta de referências seculares, a comparação dos evangelhos legítimos com fontes gnósticas, e as supostas semelhanças com o paganismo.

Em primeiro lugar, vamos considerar a referência a Jesus por Josefo. Gauvin escreve:
Nos últimos anos do primeiro século, Josefo, o célebre historiador judeu, escreveu a sua famosa obra sobre "As Antiguidades Judaicas". Neste trabalho, o historiador não fez nenhuma menção de Cristo, e por duzentos anos após a morte de Flávio Josefo, o nome de Cristo não apareceu em sua história. Não havia máquinas de impressão naqueles dias. Os livros eram multiplicados através da cópia manual. Era, portanto, fácil adicionar ou alterar o que o autor havia escrito. A Igreja achava que Josefo deveria reconhecer Cristo, e o historiador morto foi forçado a fazê-lo. No século IV, uma cópia de "As Antiguidades Judaicas" apareceu, no qual esta passagem apareceu:

"Agora havia durante este tempo Jesus, um homem sábio, se é lícito chamá-lo de um homem, pois ele era executor de obras maravilhosas, um professor de tais homens que recebem a verdade com prazer. Ele atraiu para si muitos dos judeus e muitos dos gentios. Ele era [o] Cristo. E quando Pilatos, por sugestão dos principais homens entre nós, condenou-o à cruz, aqueles que o amavam a princípio não o abandonaram, pois ele lhes apareceu vivo novamente no terceiro dia, assim como os divinos profetas tinham predito estas e inúmeras outras coisas maravilhosas a respeito dele. E a tribo dos Cristãos, assim chamada por causa dele, não está extinta até este dia".
É verdade que raramente se questiona se esta passagem das Antiguidades Judaicas contém algumas interpolações inseridas por escribas posteriores (uma pequena minoria de estudiosos acreditam que essa passagem inteira é genuína). Entretanto, os Infiéis das Internet aparentemente sustentam a teoria da "interpolação total".

Quais são algumas das razões para aceitar esta passagem como parcialmente verdadeira quando as claras interpolações são removidas? Talvez o fator mais importante que leve a maioria dos estudiosos a aceitar a posição de autenticidade parcial é que uma parte substancial da passagem reflete a típica linguagem e estilo de Josefo. Além disso, quando as claras interpolações por parte dos escribas são removidas, o restante da passagem é coerente e flui bem.

Uma quantidade substancial desta referência a Jesus é considerada pela maioria dos estudiosos como característica de Josefo, e apenas algumas frases são obviamente cristãs. Além disso, muitas das frases de Josefo não estão presentes na literatura cristã primitiva, e frases ou termos que os cristãos provavelmente não teriam usado estão presentes. Há então uma frase que qualquer escriba cristão teria conhecido como um erro ("Ele atraiu para si muitos dos judeus e muitos dos gentios.").

É interessante que Gauvin deixa de mencionar a outra referência a Jesus nos escritos de Flávio Josefo - cuja autenticidade grande parte dos estudiosos aceitam quase por completo:
Entretanto, o Anás mais jovem, o qual, como dissemos, recebeu o sumo sacerdócio, era extremamente atrevido e de uma disposição ousada; ele seguiu o partido dos saduceus, os quais são severos no julgamento de todos os judeus, como já mostramos. Como, portanto, Ananias era de tal disposição, ele achava que tinha agora uma boa oportunidade, já que Festo estava morto e Albino ainda estava na estrada; sendo assim, ele reuniu um conselho de juízes e trouxe diante deles o irmão de Jesus, o então chamado Cristo, cujo nome era Tiago, juntamente com alguns outros, e tendo-os acusado de transgressores da lei, entregou-os para serem apedrejados.
A maioria dos estudiosos a consideram uma autêntica passagem pelos seguintes motivos:

1. Não há nenhuma evidência textual contra esta passagem. É encontrada em todos os manuscritos das Antiguidades Judaicas.

2. Há um uso específico da terminologia não-cristã. Por exemplo, a designação de Tiago como "irmão de Jesus" contrasta com a prática cristã de chamá-lo de "irmão do Senhor". Assim, a passagem não se corresponde nem com o Novo Testamento, nem com o uso cristão primitivo.

3. A ênfase da passagem não é em Jesus, nem mesmo em Tiago, mas no sumo sacerdote Anás. Não há elogios para Jesus ou Tiago.

4. Nem esta passagem ou a maior conecta Jesus com João Batista, como seria de se esperar de um interpolador cristão.

Gauvin continua a argumentar:

Em "Anais" de Tácito, o historiador romano, há uma outra pequena passagem que fala de "Christus" como sendo o fundador de um partido chamado de cristãos - um grupo de pessoas que “foram odiadas por seus crimes." Estas palavras ocorrem na narrativa de Tácito sobre o incêndio de Roma. A evidência a favor dessa passagem não é muito mais forte do que para a passagem de Josefo. Não foi citada por nenhum escritor antes do século XV, e quando foi citada, havia apenas uma cópia de "Anais" no mundo, e essa cópia supostamente foi feita no século VIII - 600 anos após a morte de Tácito. Os "Anais" foram publicados entre 115 e 117 DC, quase um século depois do tempo de Jesus. Sendo assim, essa passagem, mesmo se verdadeira, não provaria nada a respeito de Jesus.

Isto não trata do ponto principal. A existência de Jesus não foi contestada na Palestina do primeiro século, e as referências negativas a Jesus por parte de Tácito e outros fornecem fortes evidências de que Jesus era pelo menos conhecido por ter sido uma figura proeminente e real no primeiro século. Por que esses comentaristas negativos não negaram a Sua existência? De onde tiraram as suas informações? Além disso, a investigação cuidadosa é um dos atributos mais famosos de Tácito. Sua confiabilidade como um historiador milita contra a acusação de ter pego emprestado informação acriticamente de qualquer outra fonte. Que Tácito tomou a sua informação de cristãos é refutado pelo tom negativo da referência.

Teria Tácito se inclinado a simplesmente repetir o que foi dito por pessoas de quem não gostava? Afinal, ao relatar sobre a história e as crenças dos judeus, a quem ele desprezava tanto quanto os cristãos, parece bastante óbvio, por conta de suas descrições depreciativas, que Tácito não estava disposto a consultar o "ponto de vista" dos judeus ou dos "informantes judeus".

Gauvin omite a menção de outras referências seculares e primitivas a Jesus, inclusive o que é encontrado no Talmude e nos escritos de Luciano, Plínio, Suetônio, Tácito e Talo. Entretanto, mesmo se supuséssemos nenhuma referência secular no primeiro ou início do segundo século a Jesus, ainda teríamos um caso muito poderoso a favor da Sua existência. Por quê? Se os seguidores de Jesus tivessem decidido fabricar um Jesus mítico e atribuir dizeres a Ele em um esforço para retratá-lo como alguém que clamava autoridade messiânica, uma série de problemas surgiria. Primeiro, eles certamente parecem ter feito isso de um modo completamente errado. Se o seu objetivo tivesse sido iniciar uma nova religião, teria sido aconselhável moldá-la de acordo com as expectativas daqueles a quem estavam procurando convencer. O conceito judaico de um Messias era de um grande líder militar que iria liderar uma conquista contra seus opressores romanos. Em segundo lugar, a erudição moderna concorda por unanimidade que os discípulos sinceramente acreditavam no que estavam proclamando (entre outros motivos, eles estavam dispostos a sofrer mortes desumanas sem renunciar a sua causa). Em terceiro lugar, dado que o primeiro anúncio cristão após a ressurreição foi em Jerusalém (onde se baseou o ministério público de Jesus), o material disponível para a fabricação era bastante limitado. Se a existência de Jesus tivesse sido uma invenção, certamente teriam pregado em Roma ou em outro lugar, o mais longe possível das testemunhas oculares.

Além disso, considere a situação que os discípulos enfrentaram após a crucificação. Seu líder estava morto. Além do mais, os judeus tradicionalmente não tinham a crença em um Messias que iria morrer e muito menos ressuscitar. Na verdade, as crenças judaicas ortodoxas sobre a vida após a morte não defendiam ninguém ressuscitando corporalmente dentre os mortos para a glória e imortalidade antes da ressurreição geral no fim do mundo. A interpretação rabínica no que diz respeito às profecias sobre a ressurreição do Messias era de que Ele ressuscitaria dos mortos no fim dos tempos, juntamente com todos os outros santos falecidos. É, portanto, importante que os discípulos não tinham uma disposição necessária a uma ressurreição corporal, pois era contra-cultural, dada a mentalidade judaica proeminente. Talvez por isso, como João testifica em sua narrativa (João 20:9), que após a descoberta do túmulo vazio, "ainda não entendiam a escritura, que era necessário que ele ressurgisse dentre os mortos." Se os discípulos tivessem sido fabricantes de um ideal, teriam, na melhor das hipóteses, criado uma ressurreição espiritual porque uma ressurreição física e corporal poderia ter sido implacavelmente refutada com a presença de um cadáver. Em vez disso, falaram sobre a ressurreição do verdadeiro corpo físico que, se falsa, seria um risco enorme a se tomar caso o corpo fosse detectado. Em vez disso, acreditavam na ressurreição literal porque tinham testemunhado-a por si mesmos. Os líderes religiosos da época não queriam nada mais do que sufocar o Cristianismo.

A última razão pela qual era improvável que os seguidores de Jesus tivessem inventado um Jesus mítico diz respeito à Sua morte por crucificação. De acordo com a lei judaica, a execução de Jesus por ser pendurado em uma árvore mostrou que Ele era um homem literalmente amaldiçoado por Deus (Deuteronômio 21:23). A crucificação era, sem dúvida, uma catástrofe para a mentalidade da igreja primitiva, pois havia efetivamente demonstrado que os fariseus e o Conselho Judaico estavam certos, e que os discípulos tinham deixado as suas casas, famílias e posses para seguir um herege, um homem literalmente amaldiçoado por Deus.

O que é um infiel? - Declarações Enganosas

De acordo com Gauvin:
Havia muitos Evangelhos em circulação nos primeiros séculos, e um grande número deles eram falsificações. Entre estes estavam o "Evangelho de Paulo", o "Evangelho de Bartolomeu", o "Evangelho de Judas Iscariotes", o "Evangelho dos Egípcios", o "Evangelho ou Lembranças de Pedro", os "Oráculos ou ditos de Cristo" e dezenas de outras produções piedosas, uma coleção das quais ainda pode ser lida em "Os Apócrifos do Novo Testamento." Homens obscuros escreveram Evangelhos e anexaram-lhes os nomes de personagens cristãos importantes a fim de dar-lhes a aparência de importância. Obras foram forjadas nos nomes dos apóstolos e até mesmo no nome de Cristo. Os maiores mestres cristãos ensinaram que era uma virtude enganar e mentir para a glória da fé. Dean Milman, o historiador cristão padrão, diz: "Fraude piedosa era admitida e reconhecida". O Rev. Dr. Giles escreve: "Não pode haver dúvida de que um grande número de livros foram escritos com o puro objetivo de enganar." O Professor Robertson Smith diz: "Houve uma enorme massa flutuante da literatura espúria criada para atender à visão do partido." A igreja primitiva foi inundada com escritos religiosos espúrios. Dessa massa de literatura, os nossos Evangelhos foram selecionados por sacerdotes e chamados de “a palavra inspirada de Deus”. Foram estes Evangelhos também forjados? Não há certeza de que não foram. Entretanto, deixe-me perguntar: Se Cristo foi um personagem histórico, por que foi necessário forjar documentos para provar a sua existência? Alguém já pensou em falsificar documentos para provar a existência de qualquer pessoa que realmente viveu? As primeiras falsificações cristãs são um tremendo testemunho da fraqueza da causa cristã.
Já que os gnósticos estavam atribuindo os seus "evangelhos" a personagens importantes na igreja do primeiro século, como Pedro, Tomé e Maria Madalena, alguém poderia pensar que isso daria peso ao caso de que a igreja primitiva foi fiel em atribuir os seus documentos às pessoas corretas. Por que atribuir os evangelhos a pessoas de segunda categoria, como Marcos e Lucas? Afinal de contas, a igreja primitiva prontamente afirma que Marcos obteve grande parte de sua informação de Pedro, então por que não atribuí-lo a Pedro se isso não se tratar apenas de credibilidade? Não há menção de nada disso no artigo. Além disso, os evangelhos gnósticos NÃO foram escritos para provar a existência de Jesus. Os Infiéis da Internet não mostram nenhum conhecimento ou valorização da história do gnosticismo, nem das agendas relevantes por trás dos documentos propagados. Não houve nem sequer qualquer disputa na igreja primitiva em relação à autoria dos quatro evangelhos canônicos. Para qualquer um vagamente familiarizado com a história da igreja primitiva, este argumento é pouco convincente.

O que é um infiel? - Alegando plágio de religiões pagãs
Uma afirmação que surge frequentemente no site dos Infiéis da Internet é a alegação de que o Cristianismo é uma adaptação de várias religiões e mitologias pagãs; uma reivindicação que tem sido rejeitada pela maioria dos estudiosos. Perante esta alegação, não faz sentido por que judeus sinceros e monoteístas, entrincheirados na cultura palestina, teriam pego emprestado de religiões pagãs e "misteriosas" e posteriormente irem à morte proclamando algo que sabiam ser uma conspiração total.

No entanto, James Still escreve no The Virgin Birth and Childhood Mysteries of Christ (O Nascimento Virginal e Mistérios da Infância de Cristo):
Com o passar do tempo, podia-se ver que o Reino de Deus foi adiado. Entre os judeus helenizados e os pagãos gregos que estavam considerando a conversão ao Cristianismo, este atraso causou mais perguntas do que respostas. Além disso, os pagãos gregos, dos quais o Cristianismo deveria tirar os seus convertidos e eventualmente prosperar, eram naturalmente céticos em relação a qualquer novo salvador e às recompensas celestes prometidas. Estes gregos tinham de escolher entre as dezenas de seitas e deuses misteriosos que tinham surgido, cada um prometendo riquezas e bem-aventurança eterna em uma celestial vida após a morte. Jesus tinha pouco a oferecer a esses gregos. Ele era, por todas as contas, um mortal Messias, falando apenas aos filhos de Abraão e dizendo-lhes para preparar o caminho do Senhor, o qual iria construir uma nova Jerusalém especialmente ao seu povo escolhido. O Jesus conhecido por seus seguidores durante o meio ao fim do primeiro século (antes dos evangelhos de Mateus, Lucas e João) não compartilhou dos atributos das honradas divindades morais de Dionísio ou Héracles. O atributo mais tarde agregado a Jesus do seu nascimento virginal [era] necessário para Jesus tornar-se aceitável aos pagãos do mundo helenizado.
No entanto, nenhuma das duas narrativas sobre o nascimento de Dionísio sugere um nascimento virginal. De acordo com uma lenda, Dionísio é o produto de Zeus e Perséfone. Hera se torna insanamente ciumento e tenta destruir a criança enviando os Titãs para matá-lo. Zeus vem para o resgate, mas é tarde demais. Os Titãs tinham comido tudo, menos o coração de Dionísio. Zeus então pega o coração e o implanta no útero de Sêmele. Na segunda lenda, Zeus engravida uma mulher mortal, Sêmele, muito para o ciúme de Hera. Hera convence Sêmele a pedir a Zeus que revele a sua glória para ela porque nenhum mortal pode ver os deuses e viver. Sêmele é incinerada imediatamente. Zeus então pega o Dionísio fetal e o costura em sua própria coxa até o seu nascimento. Como podemos ver, nenhum nascimento virginal ocorre, mas é assim que se diz que Dionísio se tornou uma divindade renascida, já que nasce duas vezes no útero.

Richard Carrier argumenta em outros lugares que "Hórus da Grécia é descrito como primeiro reinando por mil anos, então morrendo e sendo sepultado por três dias, ao final do qual ele triunfou sobre Tifão, o princípio do mal, e ressuscitou para a vida eterna." No entanto, Carrier está errado. A única conexão que podemos fazer a Hórus sendo ressuscitado é se considerarmos a eventual fusão de Hórus e Osíris. Tal teoria é, não obstante, cheia de contradições, aparentemente notadas pelos egípcios, uma vez que mais tarde alteraram as suas crenças para corrigi-las. No conto egípcio, Osíris ou é desmembrado por Seth em batalha ou selado em uma arca e afogado no Nilo. Ísis, em seguida, ajunta os pedaços do corpo de Osíris e o ressuscita para conceber um herdeiro que irá vingar a sua morte (embora tecnicamente Osíris nunca seja realmente ressuscitado, já que é proibido retornar ao mundo dos vivos).

O site dos Infiéis está cheio de outros tipos de desinformações sobre as divindades pagãs e de alegações frequentes de que os cristãos "pegaram emprestado" do material deles. Tal afirmação ainda precisa ser provada ou mesmo apoiada pelo menor evidência.

O que é um infiel? – Conclusão
O site dos Infiéis da Internet é apenas uma reembalagem de velhas teorias da conspiração e de desinformações e exageros flagrantes, quase todos dos quais foram há muito abandonados pelo consenso da erudição. No entanto, os infiéis continuam a atrair um volume significativo de tráfego de internet. Na história, há pouco que é certo, mas há também um nível de ceticismo que torna a tarefa do historiador impossível. Além disso, a tese de que a igreja primitiva pegou emprestado o seu material de antigas religiões pagãs e de que Jesus nunca existiu requer um ceticismo seletivo sobre quais fontes são confiáveis e como outras devem ser interpretadas corretamente. No fim das contas, se os Infiéis da Internet estiverem certos em sua afirmação de que Jesus nunca viveu, eles tornam o Cristianismo um fenômeno muito mais incrível do que se Ele realmente tivesse vivido. Como o salmista testemunha corretamente: "Diz o tolo em seu coração: Deus não existe" (Salmo 14:1).

O que a Bíblia diz sobre a justiça social?

Antes de discutir a visão cristã da justiça social, precisamos definir os termos. A justiça social é um conceito tão politicamente carregado que realmente não pode ser dissociado do seu contexto moderno. A justiça social é muitas vezes usada como um grito de guerra para muitos no lado esquerdo do espectro político. Este trecho da pesquisa "Justiça Social" na Wikipédia (traduzido do inglês) é uma boa definição deste conceito:

"A justiça social é também um conceito que alguns usam para descrever o movimento em direção a um mundo socialmente justo. Neste contexto, a justiça social baseia-se nos conceitos de igualdade e direitos humanos, e envolve um maior grau de igualitarismo econômico através da tributação progressiva, da redistribuição de renda ou até mesmo da redistribuição da propriedade. Essas políticas visam atingir o que os economistas de desenvolvimento chamam de igualdade de oportunidades, a qual pode realmente existir em algumas sociedades, e para a fabricação de igualdade de resultados nos casos em que as desigualdades inerentes aparecem em um sistema processualmente justo".

A palavra-chave nesta definição é "igualitarismo". Esta palavra, juntamente com as frases "redistribuição de renda", "redistribuição da propriedade" e "igualdade de resultados", diz muito sobre a justiça social. O igualitarismo, como uma doutrina política, essencialmente promove a ideia de que todas as pessoas devem ter os mesmos (iguais) direitos políticos, sociais, econômicos e civis. Esta ideia é baseada no fundamento dos direitos humanos inalienáveis consagrados em documentos como a Declaração de Independência Americana.

No entanto, como uma doutrina econômica, o igualitarismo é a força motriz por trás do socialismo e do comunismo. É o igualitarismo econômico que visa remover as barreiras da desigualdade econômica por meio da redistribuição da riqueza. Vemos isso sendo implementado através de programas de assistência social onde as políticas fiscais progressistas tomam proporcionalmente mais dinheiro de pessoas ricas a fim de elevar o padrão de vida para as pessoas que não têm as mesmas condições. Em outras palavras, o governo tira dos ricos e dá aos pobres.

O problema com essa doutrina é duplo: primeiro, há uma premissa equivocada no igualitarismo econômico de que os ricos se tornaram ricos através da exploração dos pobres. Grande parte da literatura socialista dos últimos 150 anos promove essa premissa. Isso pode ter sido o caso principal quando Karl Marx escreveu o seu primeiro Manifesto Comunista, e ainda hoje pode ser o caso por parte do tempo, mas certamente não o tempo todo. Em segundo lugar, os programas socialistas tendem a criar mais problemas do que resolvem; em outras palavras, eles não funcionam. Os programas de assistência social, os quais usam a receita fiscal pública para complementar a renda da população subempregada ou desempregada, normalmente têm o efeito de tornar os beneficiários dependentes da ajuda governamental ao invés de encorajá-los a tentar melhorar a sua situação. Todo caso em que o socialismo/comunismo foi implementado em escala nacional foi um fracasso, não conseguindo remover as distinções de classe na sociedade. Em vez disso, tudo que faz é substituir a distinção entre a nobreza e o homem comum com uma distinção entre a classe de trabalho e classe política.

Qual, então, é a visão cristã da justiça social? A Bíblia ensina que Deus é um Deus de justiça. De fato, "Deus é... justo e reto" (Deuteronômio 32:4). Além disso, a Bíblia sustenta a noção de justiça social na qual a preocupação e os cuidados são mostrados a favor dos pobres e aflitos (Deuteronômio 10:18, 24:17, 27:19). A Bíblia muitas vezes se refere ao órfão, à viúva e ao estrangeiro - ou seja, pessoas que não eram capazes de cuidar de si mesmas ou não tinham um sistema de apoio. A nação de Israel foi ordenada por Deus para cuidar dos menos afortunados da sociedade, e seu eventual fracasso de fazer isso foi em parte a razão para o seu julgamento e expulsão da terra.

Quando Jesus pregou o Sermão do Monte, Ele mencionou cuidar dos "pequeninos" (Mateus 25:40) e Tiago, em sua epístola, expõe a natureza da "verdadeira religião" (Tiago 1:27). Assim, se por "justiça social" queremos dizer que a sociedade tem a obrigação moral de cuidar dos menos afortunados, então isso é correto. Deus sabe que, devido à queda, haverá viúvas, órfãos e peregrinos na sociedade, e Ele fez provisões no antigo e novo testamento para cuidar deles. O modelo de tal comportamento é o próprio Jesus, o qual refletiu o senso de justiça de Deus ao levar a mensagem do evangelho até mesmo aos párias da sociedade.

No entanto, a noção cristã de justiça social é diferente da noção contemporânea de justiça social. As exortações bíblicas para cuidar dos pobres são mais individuais do que da sociedade como um todo. Em outras palavras, cada cristão é encorajado a fazer o que puder para ajudar o "menor destes." A base para tais mandamentos bíblicos encontra-se no segundo dos grandes mandamentos - amar ao próximo como a si mesmo (Mateus 22:39). A noção de justiça social de hoje substitui o indivíduo com o governo, o qual, por meio de impostos e outros meios, redistribui a riqueza. Esta política não incentiva a doação motivada pelo amor, mas apenas o ressentimento daqueles que veem a riqueza pela qual tanto trabalharam sendo tirada deles.

Uma outra diferença é que a cosmovisão cristã da justiça social não supõe que os ricos são os beneficiários de lucros indevidos. A riqueza não é o mal em uma cosmovisão cristã, mas há uma responsabilidade e uma expectativa para ser um bom administrador (porque toda riqueza vem de Deus). A justiça social de hoje opera sob a suposição de que os ricos exploram os pobres. A terceira diferença é que, sob o conceito cristão de boa administração, o cristão pode doar a instituições de caridade que ele queira apoiar. Por exemplo, se um cristão tiver uma afinidade com os bebês ainda não nascidos, ele pode apoiar agências e organizações que se dedicam a esse fim com o seu tempo, talento e finanças. Sob a forma contemporânea de justiça social, os que estão no poder são os que decidem quem recebe a riqueza redistribuída. Não temos nenhum controle sobre o que o governo faz com os nossos impostos e, mais frequentemente do que não, esse dinheiro vai para instituições de caridade que não consideramos dignas.

Resumindo, há uma tensão entre uma abordagem da justiça social que é centrada em Deus e da que é centrada no homem. A abordagem centrada no homem vê o governo no papel de salvador, trazendo consigo uma utopia por meio de políticas governamentais. A abordagem centrada em Deus vê Cristo como Salvador, trazendo o céu para a terra quando Ele voltar. No Seu retorno, Cristo restaurará todas as coisas e executará a justiça perfeita. Até então, os cristãos expressam o amor e a justiça de Deus ao mostrar bondade e misericórdia para com os menos afortunados.

Deve um cristão promover a paz mundial?

A paz mundial é um belo ideal, mas um que só será realizado quando Jesus voltar (Apocalipse 21:4). Até essa altura, a paz em todo o mundo nunca irá ocorrer. Jesus disse que até o dia de sua vinda, haverá "guerras e rumores de guerras" e que "se levantará nação contra nação, reino contra reino" (Mateus 24:6-7). Nunca houve um momento na história mundial em que alguém em algum lugar não estivesse lutando com outros. Quer tenha sido uma guerra mundial envolvendo dezenas de nações ou uma rivalidade local envolvendo tribos ou clãs, os homens têm sempre estado em guerra uns com os outros.

Promover a paz mundial, apesar de sabermos que os seres humanos, por mais que tentem, nunca serão capaz de concretizá-la, não é bíblico. Embora doar a instituições de caridade, promover a tolerância e compartilhar certamente sejam atos apropriados aos cristãos, devemos fazê-lo em nome de Jesus, entendendo que somente Ele será o portador da paz mundial. Até cada joelho se curvar e toda língua confessar que Jesus Cristo é o Senhor (Filipenses 2:10), não pode haver paz verdadeira e duradoura. Até então, os cristãos devem seguir "a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor" (Hebreus 12:14).

Como cristãos, devemos promover a paz em vez de conflito, lembrando-nos de que por nossas próprias ações, a paz completa nunca será alcançada devido ao estado caído do homem. Nossa fé permanece em Deus e em Jesus Cristo, o Príncipe da paz. Até que Ele venha renovar o mundo e trazer a verdadeira paz, a paz mundial permanecerá pouco mais do que um sonho. Nossa tarefa mais importante é convencer os outros de sua necessidade para o Salvador, que é o Único capaz de trazer a paz entre as pessoas e Deus. "Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo" (Romanos 5:1). Essa, então, é a nossa forma de promover a paz mundial -- trazer ao mundo a mensagem da paz com Deus: se reconciliar com Deus através de Cristo (2 Coríntios 5:20).

Que é a verdade?

Quase dois mil anos atrás, a Verdade foi levada a julgamento e condenada por pessoas que se dedicavam à mentira. De fato, a Verdade enfrentou seis julgamentos em menos de um dia, três dos quais eram religiosos, e três que eram legais. No final, poucas pessoas envolvidas nesses eventos poderiam responder à pergunta: "Que é a verdade?"

Depois de ser preso, a Verdade foi levada primeiro a um homem chamado Anás, um corrupto ex-sumo sacerdote dos judeus. Anás quebrou inúmeras leis judaicas durante o julgamento, incluindo a realização do julgamento em sua casa, tentar induzir auto-acusações contra o réu e bater no réu, o qual não havia sido condenado por nada até aquele momento. Depois de Anás, a Verdade foi levada ao reinante sumo sacerdote, Caifás, o qual era o genro de Anás. Diante de Caifás e do Sinédrio judaico, muitas testemunhas se prontificaram para testemunhar contra a Verdade, mas nada podia ser provado e nenhuma evidência de má conduta podia ser encontrada. Caifás quebrou pelo menos sete leis enquanto tentava condenar a Verdade: (1) o julgamento foi realizado em segredo; (2) foi realizado à noite, (3) envolveu suborno; (4) o réu não tinha ninguém presente para fazer uma defesa a seu favor; (5) a exigência de 2-3 testemunhas não podia ser cumprida; (6) usaram testemunho auto-incriminatório contra o réu, (7) condenou o réu à pena de morte no mesmo dia. Todas essas ações eram proibidas pela lei judaica. Independentemente disso, Caifás declarou a Verdade culpada porque a Verdade afirmou ser Deus na carne, algo que Caifás chamava de blasfêmia.

Ao amanhecer, o terceiro julgamento da Verdade ocorreu, resultando no Sinédrio judaico pronunciando que a Verdade devia morrer. No entanto, o conselho judaico não tinha o direito legal de executar a pena de morte, por isso foram obrigados a trazer a Verdade ao governador romano na época, um homem chamado Pôncio Pilatos. Pilatos foi nomeado por Tibério como o quinto prefeito da Judeia e serviu nessa capacidade entre 26-36 AD. O procurador tinha poder de vida e morte e poderia reverter sentenças capitais aprovadas pelo Sinédrio. Enquanto a Verdade estava diante de Pilatos, mais mentiras foram feitas contra Ele. Seus inimigos disseram: "Encontramos este homem pervertendo a nossa nação, vedando pagar tributo a César e afirmando ser ele o Cristo, o Rei" (Lucas 23:2). Isso foi uma mentira porque a Verdade tinha dito que todos pagassem os seus impostos (Mateus 22:21) e nunca falou de Si mesmo como um desafio para César.

Após isso, uma conversa muito interessante entre a Verdade e Pilatos ocorreu. “Tornou Pilatos a entrar no pretório, chamou Jesus e perguntou-lhe: És tu o rei dos judeus? Respondeu Jesus: Vem de ti mesmo esta pergunta ou to disseram outros a meu respeito? Replicou Pilatos: Porventura, sou judeu? A tua própria gente e os principais sacerdotes é que te entregaram a mim. Que fizeste? Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus ministros se empenhariam por mim, para que não fosse eu entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui. Então, lhe disse Pilatos: Logo, tu és rei? Respondeu Jesus: Tu dizes que sou rei. Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz. Perguntou-lhe Pilatos: Que é a verdade? Tendo dito isto, voltou aos judeus e lhes disse: Eu não acho nele crime algum” (João 18:33–38).

A pergunta de Pilatos: "Que é a verdade?" tem sido repercutida ao longo da história. Foi um desejo melancólico de saber o que mais ninguém podia lhe dizer, um insulto cínico ou talvez uma resposta irritada e indiferente às palavras de Jesus?

Em um mundo pós-moderno que nega que a verdade possa ser conhecida, a questão é mais importante do que nunca para responder. Que é a verdade?

Uma Proposta Definição da Verdade
Ao definir a verdade, é útil primeiramente observar o que ela não é:

• A verdade não é simplesmente qualquer coisa que funcione. Esta é a filosofia do pragmatismo - uma abordagem semelhante à de que o fim justifica o meio. Na realidade, a mentira pode até "dar certo", mas ainda é uma mentira e não a verdade.
• A verdade não é simplesmente o que é coerente ou compreensível. Um grupo de pessoas pode se reunir e formar uma conspiração com base em um conjunto de falsidades, onde todos concordam em contar a mesma história falsa, mas isso não torna a sua apresentação verdade.
• A verdade não é o que faz as pessoas se sentirem bem. Infelizmente, más notícias podem ser verdadeiras.
• A verdade não é o que a maioria diz ser verdade. Cinquenta e um por cento de um grupo pode chegar a uma conclusão errada.
• A verdade não é o que é abrangente. Uma apresentação longa e detalhada ainda pode resultar em uma falsa conclusão.
• A verdade não é definida pela intenção. Boas intenções ainda podem estar erradas.
• A verdade não é como nós sabemos, mas o que sabemos.
• A verdade não é simplesmente o que se acredita. Uma mentira acreditada ainda é uma mentira.
• A verdade não é o que se provou publicamente. Uma verdade pode ser conhecida em particular (por exemplo, a localização do tesouro enterrado).

A palavra grega para "verdade" é alētheia, que significa literalmente "des-esconder" ou "esconder nada." Ela transmite a ideia de que a verdade está sempre disponível, aberta e acessível para que todos a possam ver, sem nada sendo escondido ou obscuro A palavra hebraica para "verdade" é emeth, que significa "firmeza", "constância" e "duração". Tal definição implica uma substância eterna e algo em que se pode contar.

Do ponto de vista filosófico, há três maneiras simples de definir a verdade:

1. A verdade é o que corresponde à realidade.
2. A verdade é o que corresponde ao seu objeto.
3. A verdade é simplesmente dizer como realmente é.

Em primeiro lugar, a verdade corresponde à realidade ou "o que é." É real. A verdade também é de natureza correspondente. Em outras palavras, ela corresponde ao seu objeto e é conhecida pelo seu referente. Por exemplo, um professor diante de uma classe pode dizer: "A única saída desta sala é à direita." Para a classe que pode estar de frente para o professor, a porta de saída pode ser à sua esquerda, mas é absolutamente verdade que a porta, para o professor, é à direita.

A verdade também coincide com o seu objeto. Pode ser absolutamente verdade que uma determinada pessoa pode necessitar de tantos miligramas de um determinado medicamento, mas outra pessoa pode necessitar de mais ou menos do mesmo medicamento para produzir o efeito desejado. Isso não é verdade relativa, mas apenas um exemplo de como a verdade deve coincidir com o seu objeto. Seria errado (e potencialmente perigoso) que um paciente pedisse que o seu médico lhe desse uma quantidade inadequada de um determinado medicamento, ou dissesse que qualquer remédio serviria para a doença em questão.

Em suma, a verdade é simplesmente dizer como é; é a maneira como as coisas realmente são, e qualquer outro ponto de vista é errado. Um princípio fundamental da filosofia é ser capaz de discernir entre a verdade e o erro, ou como Tomás de Aquino observou: "É a tarefa do filósofo fazer distinções".

Desafios para a Verdade
As palavras de Aquino não são muito populares hoje em dia. Fazer distinções parece estar fora de moda em uma era pós-moderna do relativismo. É aceitável hoje dizer: "Isso é verdade", contanto que não seja seguido por "e, portanto, isso é falso." Isto é especialmente observável em questões de fé e religião, onde cada sistema de crenças é para ter a mesma quantidade de igualdade quando se trata da verdade.

Há uma série de filosofias e cosmovisões que desafiam o conceito de verdade, mas, quando cada uma é examinada criticamente, acaba sendo de natureza auto-destrutiva.

A filosofia do relativismo diz que toda verdade é relativa e que não existe tal coisa como verdade absoluta. Entretanto, é preciso perguntar: é a alegação de que "toda verdade é relativa" uma verdade relativa ou uma verdade absoluta? Se for uma verdade relativa, então realmente não tem nenhum sentido; como é que sabemos quando e onde se aplica? Se for uma verdade absoluta, então existe verdade absoluta. Além disso, o relativista trai a sua própria posição quando afirma que a posição do absolutista é errada - por que não podem aqueles que dizem que a verdade absoluta existe estar corretos também? Em essência, quando o relativista diz: "Não há nenhuma verdade", ele está pedindo para você não acreditar nele, e a melhor coisa a fazer é seguir o seu conselho.

Aqueles que seguem a filosofia do ceticismo simplesmente duvidam de toda a verdade. Entretanto, será que o cético é cético do ceticismo; ele duvida de sua própria afirmação sobre a verdade? Se sim, então por que prestar atenção ao ceticismo? Se não, então podemos ter certeza de pelo menos uma coisa (em outras palavras, a verdade absoluta existe) – o ceticismo, que, ironicamente, torna-se verdade absoluta nesse caso. O agnóstico diz que não se pode conhecer a verdade. No entanto, a mentalidade é auto-destrutiva porque afirma conhecer pelo menos uma verdade: que a verdade não pode ser conhecida.

Os discípulos do pós-modernismo simplesmente não afirmam nenhuma verdade em particular. O santo padroeiro do pós-modernismo, Frederick Nietzsche, descreveu a verdade assim: "Que é então a verdade? Um exército móvel de metáforas, metonímias e antropomorfismos ... verdades são ilusões ... moedas que perderam as suas fotos e agora importam apenas como metal, não mais como moedas." Ironicamente, embora o pós-modernista tenha moedas na mão que são agora "mero metal", ele afirma pelo menos uma verdade absoluta: a verdade de que nenhuma verdade deve ser afirmada. Como as outras cosmovisões, o pós-modernismo é auto-destrutivo e não pode resistir a sua própria afirmação.

Uma popular cosmovisão é o pluralismo, o qual diz que todas as alegações sobre a verdade são igualmente válidas. Claro que isso é impossível. Podem duas ações - uma que diz que uma mulher está grávida e outra que diz que ela não está grávida - ser ambas verdadeiras ao mesmo tempo? O pluralismo se despedaça aos pés da lei da não-contradição, que diz que algo não pode ser tanto "A" quanto "não-A" ao mesmo tempo e no mesmo sentido. Como um filósofo ironizou, quem acredita que a lei da não-contradição não é verdade (e, por padrão, o pluralismo é verdade) deve ser espancado e queimado até admitirem que ser espancado e queimado não é a mesma coisa que não ser espancado e queimado. Além disso, observe que o pluralismo afirma ser verdadeiro e que nada contra ele é falso – sendo essa uma afirmação que nega o seu próprio princípio fundacional.

O espírito por trás do pluralismo é uma atitude de braços abertos de tolerância. No entanto, o pluralismo confunde a ideia de todos têm o mesmo valor com todas as reivindicações sobre a verdade sendo igualmente válidas. Mais simplesmente, todas as pessoas podem ser iguais, mas nem todas as reivindicações sobre a verdade o são. O pluralismo não consegue entender a diferença entre opinião e verdade, uma distinção que Mortimer Adler observa: "O pluralismo é desejável e tolerável somente naquelas áreas que são questões de gosto e não em questões sobre a verdade."

A Natureza Ofensiva da Verdade
Quando o conceito da verdade é criticado, é normalmente por uma ou mais das seguintes razões:

Uma queixa comum contra alguém alegando ter a verdade absoluta em matéria de fé e religião é que tal postura é "intolerante." No entanto, a crítica não consegue entender que, por natureza, a verdade é intolerante. É um professor de matemática intolerante por manter a crença de que 2 + 2 só pode ser 4?

Uma outra objeção à verdade é que é arrogante afirmar que alguém está certo e outra pessoa está errada. No entanto, voltando ao exemplo acima com a matemática, é arrogante quando um professor de matemática insiste em apenas uma resposta certa para um problema de aritmética? Ou é arrogante quando um serralheiro afirma que apenas uma chave vai abrir uma porta trancada?

Uma terceira acusação contra os defensores da verdade absoluta em matéria de fé e religião é que tal posição exclui as pessoas, ao invés de incluí-las. No entanto, tal queixa não consegue compreender que a verdade, por natureza, exclui o seu oposto. Todos as respostas diferentes de 4 são excluídas da realidade do verdadeiro resultado de 2 + 2.

No entanto, um novo protesto contra a verdade é que é divisivo e ofensivo quando alguém reivindica ter a verdade. Em vez disso, o crítico afirma, tudo o que importa é a sinceridade. O problema com essa posição é que a verdade é imune à sinceridade, crença e desejo. Não importa o quanto se acredita sinceramente que uma chave errada vai abrir a porta; a chave ainda não vai entrar e a fechadura não será aberta. A verdade também não é afetada pela sinceridade. Alguém que pega um frasco de veneno e sinceramente acredita que é limonada ainda vai sofrer os efeitos infelizes do veneno. Finalmente, a verdade é impermeável à vontade. Uma pessoa pode desejar fortemente que seu carro não esteja sem gasolina, mas se o medidor diz que o tanque está vazio e o carro não funciona, então não há desejo no mundo vai milagrosamente fazer com que o carro continue.

Alguns admitem que a verdade absoluta existe, mas, em seguida, afirmam que tal postura é válida apenas na área da ciência e não em questões de fé e religião. Esta é uma filosofia chamada de positivismo lógico, popularizada por filósofos como David Hume e AJ Ayer. Em essência, essas pessoas afirmam que as alegações sobre a verdade devem ser (1) tautologias (por exemplo, todos os solteiros não são casados) ou empiricamente verificáveis (isto é, testável via ciência). Para o positivismo lógico, toda conversa sobre Deus é um absurdo.

Aqueles que defendem a ideia de que só a ciência pode fazer reivindicações sobre a verdade deixam de reconhecer que existem muitos campos onde a ciência é impotente. Por exemplo:

• A ciência não pode provar as disciplinas de matemática e lógica porque as pressupõe.
• A ciência não pode provar verdades metafísicas como a de que mentes além da minha existem.
• A ciência é incapaz de fornecer a verdade nas áreas de moral e ética. Não se pode usar a ciência, por exemplo, para provar que os nazistas eram maus.
• A ciência é incapaz de afirmar verdades sobre as posições estéticas como a beleza do nascer do sol.
• Por último, quando alguém fizer a declaração "a ciência é a única fonte de verdade objetiva", ele acabou de fazer uma reivindicação filosófica que não pode ser testada pela ciência.

E há quem diga que a verdade absoluta não se aplica na área da moralidade. No entanto, a resposta à pergunta: "Será que é moral torturar e matar uma criança inocente?" é absoluta e universal: Não. Ou, para ser mais pessoal, aqueles que defendem a verdade relativa sobre a moral parecem sempre querer que seu cônjuge seja absolutamente fiel.

Porque a Verdade é Importante
Por que é tão importante entender e adotar o conceito de verdade absoluta em todas as áreas da vida (incluindo a fé e religião)? Simplesmente há consequências para estar errado. Dar a alguém a quantidade errada de um medicamento pode matá-lo; ter um gestor de investimentos tomar as decisões monetárias erradas pode empobrecer uma família; embarcar no avião errado irá levá-lo aonde você não deseja ir e lidar com um cônjuge infiel pode resultar na destruição de uma família e, potencialmente, em doença.

Como o apologista cristão Ravi Zacharias explica: "O fato é que a verdade importa - especialmente quando você é o receptor de uma mentira." E em nenhum lugar isso é mais importante do que na área da fé e da religião. A eternidade é um tempo muito longo para estar errado.

Deus e a Verdade
Durante os seis julgamentos de Jesus, o contraste entre a verdade (justiça) e mentiras (injustiça) era inconfundível. Lá estava Jesus, a Verdade, sendo julgado por aqueles cujas ações eram banhadas em mentiras. Os líderes judeus quebraram quase todas as leis destinadas a proteger o réu de condenação injusta. Eles trabalharam com fervor para encontrar qualquer testemunho que incriminasse Jesus, e na sua frustração, voltaram-se a provas falsas apresentadas por mentirosos. No entanto, nem mesmo isso pôde ajudá-los a alcançar o seu objetivo. Sendo assim, quebraram uma outra lei e obrigaram Jesus a implicar a Si mesmo.

Quando diante de Pilatos, os líderes judeus mentiram novamente. Condenaram Jesus de blasfêmia, mas já que sabiam que não seria suficiente para persuadir Pilatos a matar Jesus, eles afirmaram que Jesus era um desafio a César e estava quebrando a lei romana ao incentivar o povo a não pagar impostos. Pilatos rapidamente detectou a sua decepção superficial e nunca nem sequer abordou a acusação.

Jesus, o Justo, estava sendo julgado pelo injusto. O fato triste é que este último sempre persegue o primeiro. É por isso que Caim matou Abel. A ligação entre a verdade e a justiça e entre a falsidade e a injustiça é demonstrado por uma série de exemplos no Novo Testamento:

• Por esta razão, Deus enviará sobre eles uma influência enganadora para que acreditem no que é falso, a fim de que sejam julgados todos os que não deram crédito à verdade, mas deleitaram-se com a injustiça (2 Tessalonicenses 2:9-12, ênfase acrescentada).
• "A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça" (Romanos 1:18, ênfase adicionada).
• "que retribuirá a cada um segundo o seu procedimento: a vida eterna aos que, perseverando em fazer o bem, procuram glória, honra e incorruptibilidade; mas ira e indignação aos facciosos, que desobedecem à verdade e obedecem à injustiça" (Romanos 2:6-8, ênfase adicionada).
• "não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade" (1 Coríntios 13:5-6 , ênfase acrescentada).

Conclusão
A pergunta que Pôncio Pilatos fez séculos atrás precisa ser reformulada a fim de ser completamente precisa. A observação do governador romano,"Que é a verdade?", ignora o fato de que muitas coisas podem ter a verdade, mas só uma coisa pode realmente ser a Verdade. A verdade deve se originar de algum lugar. A dura realidade é que Pilatos estava olhando diretamente à Origem de toda a Verdade naquela manhã mais de dois mil anos atrás. Não muito tempo antes de ser preso e levado para o governador, Jesus tinha feito a simples declaração: "Eu sou a verdade" (João 14:6) – o que foi bastante incrível. Como poderia um mero homem ser a verdade? Ele não podia ser, a menos que fosse mais que um homem, que é exatamente o que afirmava ser. O fato é que a afirmação de Jesus foi validada quando ressuscitou dos mortos (Romanos 1:4).

Há uma história sobre um homem que vivia em Paris e recebeu a visita de um estranho do interior. Querendo mostrar ao estranho a magnificência de Paris, ele levou-o a Louvre para ver a grande arte e, em seguida, a um concerto em um majestoso teatro para ouvir uma grande orquestra sinfônica. No final do dia, o estrangeiro do interior comentou que não gostou particularmente nem na arte ou da música. O seu anfitrião respondeu: "Eles não estão em julgamento, você está." Pilatos e os líderes judeus achavam que estavam julgando Cristo, quando, na realidade, eles que estavam sendo julgados. Além disso, Aquele que foi condenado vai na verdade servir como o seu Juiz um dia, como o será para todos os que detêm a verdade em injustiça.

Pilatos evidentemente nunca chegou ao conhecimento da verdade. Eusébio, o historiador e bispo de Cesareia, registra o fato de que Pilatos finalmente cometeu suicídio em algum momento durante o reinado do imperador Calígula - um final triste e um lembrete para todos que ignorar a verdade sempre leva a consequências indesejáveis.